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Hospitais privados entram com ação para barrar greve de enfermeiros

Paralisação da categoria ocorrerá nesta quarta (21/9) para participação na 4ª Marcha pela Enfermagem, a partir das 8h, no Museu da República

atualizado

Fotos: Hugo Barreto/Metrópoles
Mulher tira foto de cartaz escrito "Sem piso, sem enfermagem"

O Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas (SBH) entrou com ação no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, nessa segunda-feira (19/9), para pedir a suspensão da paralisação de enfermeiros, programada para esta quarta-feira (21/9), em função da 4ª Marcha pela Enfermagem.

A entidade entende que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o efeito da lei do piso salarial da enfermagem, determinado na última quinta-feira (15/9); portanto, não haveria descumprimento do não pagamento nem necessidade de greve.

“Estamos solicitando que o TRT garanta a permanência de pelo menos 90% do efetivo no dia 21 de setembro, por turno de trabalho, para que a prestação de serviço à população do Distrito Federal não seja afetada por falta de assistência médica hospitalar”, explicou o coordenador-geral de relações do trabalho e sindical da CNSaúde, Clovis Queiroz.

4ª Marcha pela Enfermagem

O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF) convocou a categoria para participar do ato. A concentração está prevista para ocorrer, a partir das 8h, no Museu da República.

A interrupção também ocorrerá em âmbito nacional e é uma resposta do sindicato diante da suspensão do piso salarial da enfermagem. De acordo com o Sindate-DF, os serviços emergenciais estarão mantidos nos centros de saúde.

Serviços nos Pronto-Socorro e assistência mínima estará garantida. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) o serviço também não deve parar.

O objetivo da ação é pressionar o Congresso Nacional para que encontre as fontes de custeio do piso salarial.

Após reunião com a Saúde, sindicatos garantem serviços durante paralisação

Rede pública

A chefe da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Lucilene Florêncio, fez uma reunião, na tarde de segunda-feira, com representantes dos sindicatos de saúde da capital federal para pedir que, durante a paralisação, pelo menos 30% dos servidores estejam na escala. Durante o encontro, as entidades garantiram que haverá a prestação dos serviços, mas não garantiram a porcentagem.

Segundo os representantes das entidades de classe, há uma escala em organização para enfrentar a greve.

“Estamos pedindo a compreensão do momento. Considerando que temos demanda espontânea, principalmente com a população sofrendo com sintomas de dengue, Monkeypox e Covid-19, não tem como a gente paralisar 100% da atividade nas UBSs”, disse Lucilene aos representantes.

Durante a reunião, o Sindate-DF garantiu o atendimento nos Centro de Atenção Psicossocial (Caps), nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nas emergências.

Newton Batista, presidente do Sindate, afirmou, durante o encontro, que não é possível garantir a presença de 30% dos trabalhadores. “Fazer greve na saúde é muito dinâmico e sensível. Não podemos colocar no papel 30%, 20% ou 40%, porque a realidade de cada unidade é diferente”, afirmou. Ele disse que vai depender da “consciência” de cada trabalhador.

A paralisação vai durar 24h. O objetivo da ação é pressionar o Congresso Nacional para que encontre fontes de custeio do piso salarial. “A gente quer que o piso seja reconhecido e é inevitável essa movimentação em todo o país. Mas temos discutido com os enfermeiros de cada unidade a importância de ter alguém nos Caps e nas UBSs”, declarou Jorge Henrique, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do DF (SindEnfermeiros).






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