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Heleno critica termo “golpe” e diz que Exército não precisava reconhecer resultado das urnas

General Heleno diz em CPI que tratativas de golpe são fantasiosos, critica o uso do termo e afirma que Bolsonaro reconheceu derrota

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
General Heleno ouve pergunta de Chico Vigilante (PT) na CPI da CLDF
1 de 1 General Heleno ouve pergunta de Chico Vigilante (PT) na CPI da CLDF - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O general Augusto Heleno se defendeu de acusações sobre tentativa de golpe por parte de integrantes e apoiadores do governo de Jair Bolsonaro (PL), durante oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, nesta quinta-feira (1º/6).

A investigação sobre a tentativa de golpe, em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), questionou o ex-ministro, que respondeu:

“O tratamento que estão dando para a palavra ‘golpe’ não é adequado. Golpe precisa ter líderes, líder principal, não é uma atitude simples, ainda mais em um país como o Brasil. Esse termo golpe está sendo empregado com extrema vulgaridade. Não é uma coisa simples de se avaliar que uma manifestação, uma demonstração de insatisfação possa se caracterizar um golpe.”

Afirmando que “jamais participou” de reuniões sobre possíveis ações contra a derrota de Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Heleno chamou ainda de “narrativas fantasiosas” as alegações de que o ex-presidente e aliados queriam anular o resultado das urnas.

Posição do Exército

Questionado sobre os motivos que levaram o Exército a não dar declarações públicas reconhecendo a vitória democrática do petista, ele disse que tal medida não seria necessária.

“O papel do Exército está nítido na história do Brasil. Sempre se pautou pela legalidade, democracia, esses princípios. Não tinha razão para ser dito. Eu, como ministro, não podia passar por cima do presidente e declarar algo que era competência dele.”

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Para defender que Bolsonaro havia reconhecido a derrota, Heleno citou uma frase do ex-presidente antes do resultado, ainda nos debates presidenciais, em que disse que “quem tiver mais votos leva”.

Ataques a Capelli

Outro destaque do depoimento foram os ataques a Ricardo Cappelli, que chegou a ser ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

“Cappelli não conhece nada de GSI. Lamento que ele seja tão mal informado sobre o GSI”, ressaltou.

Remédio na veia

Vídeos preparados pelos deputados na CPI mostram declarações do general. Um deles foi o áudio, revelado pela coluna Guilherme Amado, do Metrópoles, em que Heleno afirma que precisava tomar remédios psiquiátricos “na veia” diariamente para não levar Jair Bolsonaro a tomar “uma atitude mais drástica” contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Veja:

Para Heleno, “a frase foi retirada de um contexto”.

“Era uma palestra de 50 minutos. Eu falei muito, de maneira jocosa. Lexotan não se toma na veia. A atitude mais séria é fazer um rompimento declarado com o STF. Houve uma série de atitudes do STF que poderia desagradar uma parte da população, o presidente. Mesmo com a corda esticada, ele conduziu com tranquilidade. Eu sempre atuava como poder moderador. Me cabia trabalhar em prol da Segurança Institucional. Ele passou o mandato todo sendo massacrado e conseguiu manter a tranquilidade, a calma. Era uma atitude normal eu aconselhar que não se partisse para uma atitude que não causasse maiores repercussões.”

Também há um vídeo que uma bolsonarista gravou com Heleno em um shopping de Brasília. Nele, o general manda uma “saudação muito emocionada a todos que são os grandes heróis do Brasil hoje”, fazendo referência aos acampados em frente aos quartéis-generais, “e estão lutando para mostrar ao mundo que o país não aceita” Lula como presidente.

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