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Grupo protesta em frente à sede da PRF e pede justiça por Genivaldo

Genivaldo de Jesus Santos tinha 38 anos e foi vítima de abordagem truculenta por parte de policiais rodoviários federais em Sergipe

atualizado

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Reprodução/ Pelas Vidas Negras
Manifestação
1 de 1 Manifestação - Foto: Reprodução/ Pelas Vidas Negras

Manifestantes de movimentos sociais do Distrito Federal reuniram-se, no final da tarde desta sexta-feira (27/5), em frente à sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), para pedir justiça por Genivaldo de Jesus Santos. O homem, de 38 anos, morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda após abordagem truculenta de agentes da corporação em Sergipe, na quarta-feira (25/5).

Genivaldo conduzia uma moto, no município de Umbaúba, quando os integrantes da força de segurança deram ordem para que ele parasse. Esquizofrênico, o homem acabou se atrapalhando para obedecer aos comandos dos policiais e, ao ser detido, acabou morto depois que os agentes da PRF o colocaram em uma espécie de câmara de gás improvisada dentro da viatura.

O movimento Pelas Vidas Negras do DF organizou o ato nesta sexta, marcado para às 17h. Com o lema “O povo negro quer viver”, os manifestantes protestaram pelo genocídio de pessoas negras no Brasil.  Com cartazes e bandeiras, eles chamaram a atenção para frases como “Quantos mais têm que morrer?” e “Vidas negras importam”.

Samuel Vitor Gonzaga, de 22 anos, é um dos membros do movimento e participou do ato. “Reunimos cerca de 50 pessoas no local. Vimos uma prática do tempo de Hitler com o Genivaldo. Isso nos deixa assustados e com medo”, comentou o estudante de direito e sociologia. O ato durou duas horas.

De acordo com ele, a escolha por protestar em frente à PRF foi um recado, de certo modo. A gente sabe que a polícia não tem preparo para lidar com pessoas negras. O ato é uma cobrança para que esses agentes tenham uma educação em direitos humanos e, principalmente, antirracista. O Genivaldo não foi o primeiro e não vai ser o último”, comenta Samuel.

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Morto por asfixia

De acordo com o boletim de ocorrência, a equipe de policiais rodoviários “visualizou uma motocicleta de placa OUP0J89/SE sendo conduzida por um indivíduo sem capacete de segurança, motivo pelo qual procedeu à sua abordagem. Foi dado o comando para que o condutor desembarcasse da moto e levantasse a camisa, como medida de segurança, no entanto a ordem foi desobedecida, levantando o nível de suspeita”.

O B.O. e o nome dos policiais foram identificados em reportagem do site The Intercept Brasil. Os servidores que assinam a ocorrência são Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas. Eles fazem parte do Comando de Operações Especiais da PRF em Sergipe, ainda segundo o documento.

Nas imagens gravadas pela população, é possível ver Genivaldo ser rendido por dois policiais. Ele está no chão e depois é colocado na viatura.

Enquanto um dos policiais segura a tampa do porta-malas para assegurar que ela continue fechada, o outro joga, dentro do espaço fechado, grande quantidade de gás. Quando o compartimento é aberto de novo, o homem já não se mexe mais.

A Polícia Civil de Sergipe afirmou que investiga o caso, colhendo depoimento dos envolvidos. A família registrou um Boletim de Ocorrência.

Veja imagens da abordagem:

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