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Fraude no ponto de servidores da Saúde é alvo de operação no DF

Dois funcionários da pasta foram levados coercitivamente para depor, suspeitos de apresentarem atestados médicos falsos

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
operação, secretaria de saúde
1 de 1 operação, secretaria de saúde - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Polícia Civil e o Ministério Público do DF (MPDFT) fazem na manhã desta quinta-feira (8/12) uma operação contra fraudes de atestados médicos e furto de medicamentos por parte de servidores da Secretaria de Saúde. De acordo com as investigações, existe um esquema criminoso para falsificar os atestados e as receitas de medicamentos, utilizando carimbos da secretaria. Também está na mira dos policiais e promotores a violação dos sistemas de informática da Secretaria de Saúde que controlam, entre outras coisas, a frequência dos servidores.

Em outubro, dados da folha de ponto de cerca de 33 mil funcionários da pasta foram deletados do sistema. Todas as informações referentes a faltas, marcação de entrada e saída e frequência desapareceram dos registros. No mês passado, o órgão informou que os dados estavam salvos no backup e foram recuperados.

Entre os alvos da operação estão o auxiliar de enfermagem Marcelo Mendes Cereja e a enfermeira Daniela Toledo. Eles foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento na Delegacia de Combate aos Crimes contra a Administração Pública (Decap).

Os dois teriam apresentado juntos 34 atestados médicos entre janeiro e agosto deste ano. Também foram identificados registros irregulares de abono no ponto dos dois funcionários.

Também estão sendo cumpridos seis mandados de busca e apreensão. Entre os crimes em apuração estão o de peculato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa. A ação é comandada pelas promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) e Criminal de Defesa dos Usuários da Saúde (Pró-Vida).

Os mandados foram expedidos pela Vara Criminal do Guará. O Metrópoles não conseguiu contato com os investigados nem com seus advogados.

Afastamentos suspeitos
O MPDFT e a secretaria questionam a regularidade de centenas de atestados que os 5,3 mil médicos da rede pública apresentaram em 2016. Do começo do ano até setembro, 900 pediram afastamento. A Corregedoria da secretaria estima que até 40% dessas licenças sejam fraudulentas.

Entre os casos investigados está o de um médico que ficou 282 dias afastado da rede pública de saúde porque se dizia incapacitado.  Porém, nesse mesmo período, ele foi flagrado atendendo pacientes em uma clínica particular.

Dados da Secretaria de Saúde mostram que os médicos que mais apresentam atestados são clínicos, pediatras e ginecologistas. As três especialidades, coincidentemente, são as mais procuradas pela população.

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