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Falta de insumos deixa farmácias do DF sem antibióticos pediátricos

De acordo com o Sincofarma, o desabastecimento das medicações tem afetado a capital do país desde dezembro do ano passado

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
farmácia no DF
1 de 1 farmácia no DF - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Farmácias do Distrito Federal registram, nos últimos meses, baixa no estoque de antibióticos infantis. A reportagem do Metrópoles procurou estabelecimentos comerciais da Rua das Farmácias, na Asa Sul, e confirmou que há falta dos medicamentos, destinados ao tratamento de infecções bacterianas em crianças.

As principais substâncias em falta, mencionadas por gerentes e farmacêuticos das unidades, são antibióticos como: Amoxicilina, Clavulanato, Azitromicina líquida, em todos os tamanhos, e Claritromicina em xarope.

Segundo os funcionários desses estabelecimentos, alguns dos medicamentos estão em falta há meses. Outros chegam em poucas unidades, mas não atendem a demanda por completo.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarma), Francisco Messias, avalia que o desabastecimento tem afetado a capital do país desde dezembro do ano passado.

“Temos buscado informações de como está o andamento, mas os fabricantes não se comprometem com data para que o fornecimento dos antibióticos seja normalizado. Não tem promessa de que o problema será resolvido em curto prazo”, destaca Messias.

O principal fator que impactou no fornecimento desses remédios está relacionado à falta de insumos na fabricação, segundo o secretário-geral do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Gustavo Pires.

“Deve-se a uma ruptura mundial no fornecimento de alguns insumos farmacêuticos ativos, ao aumento no preço de produção da cadeia nacional e o aumento de consumo desses remédios, principalmente nesta época do ano, onde existe a questão de inverno sazonal rigoroso em algumas regiões do país. Em praticamente todos os estados brasileiros temos registrado essa falta, uma vez que somos dependentes de insumos importados da Índia e da China”, ressalta Pires.

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Mãe em alerta

No último mês, a estudante Maria Eduarda Almeida Naves diz ter passado por um susto com a falta de medicamento e a necessidade de tratar a pneumonia da filha Cecília de Almeida Fontana, de 1 ano e 11 meses.

“Por estar na creche, ela fica doente muitas vezes. Eu precisava achar um antibiótico diferente do medicado anteriormente e foi receitado Azitromicina. Procurei em quase todas as farmácias das asas Sul e Norte, mas não consegui encontrar”, conta a estudante.

De acordo com a mãe, a pequena Cecília ficou dois dias sem a medicação e foi preciso retornar ao médico para a prescrição de outro remédio. “O pediatra receitou Amoxicilina com Clavulanato e, mesmo assim, tive muita dificuldade para encontrar. Eu nunca tinha visto essa falta de medicamento. Fiquei super preocupada, ainda mais pelo fato de a minha filha adoecer com mais facilidade, o que é normal nesta fase”, comenta.

Para ela, a troca na medicação afetou o tratamento da filha, que precisou fazer uso do antibiótico por um período maior. “Por conta da mudança, um tratamento que era pra ser feito em cinco dias, foi prolongado para 15 dias. Acaba sendo mais agressivo porque não houve um intervalo entre a última vez que ela usou o mesmo medicamento”, explica.

O pediatra e coordenador da Emergência Pediátrica do Hospital Santa Lúcia, Alexandre Nikolay, explica que por conta do desabastecimento de alguns remédios da categoria, a opção inicial é trocar a medicação prescrita. “Tentamos dar o tratamento mais adequado. Em alguns casos, prescrevemos a receita com várias opções de compra, caso algum esteja em falta. Porém, vemos pais que, em alguns casos, deslocam-se para cidades do Entorno para encontrar a medicação”, esclarece

Contudo, em alguns casos, quando não é possível encontrar o remédio necessário para tratar algum quadro clínico, a solução é internar a criança. “Pacientes que poderiam ser tratados de forma ambulatorial, têm necessidade de receber antibióticos intravenosos, pela falta de fornecimento nas farmácias”, conta Nikolay

Situação na rede pública

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que tem o medicamento Amoxicilina distribuído em unidades da rede, mas não o suficiente para reabastecer o estoque central. “Já foi solicitada a adesão à ata de registro de preço, e aguardamos a entrega do insumo por parte do fornecedor. Além disso, a Secretaria possui processo de compra regular desta medicação em andamento”, esclareceu.

Para o caso da Azitromicina, o estoque central da rede está abastecido, assim como as unidades. “É importante esclarecer que as compras no serviço público são feitas mediante licitação e obedecem à legislação vigente”, acrescentou.

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