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Estudante com paralisia vai poder ficar com mãe e irmã na UnB

Após reportagem do Metrópoles, universidade decidiu permitir que aluna de direito permaneça com a família em alojamento

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
millena silva
1 de 1 millena silva - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Universidade de Brasília (UnB) permitiu que a estudante de direito Millena Silva de Moraes, 19 anos, permaneça ao lado da mãe e da irmã no alojamento onde estão atualmente, na Casa do Estudante Universitário (CEU). Em nota, a instituição disse que a decisão foi tomada após reunião entre o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) e a Procuradoria Federal junto à entidade, na manhã desta terça-feira (28/8).

O drama da jovem foi revelado pelo Metrópoles, também na manhã desta terça. Desde o nascimento, Millena jamais se separou da mãe, a dona de casa Jocília Silva Conceição, 37. “Ficamos juntas, literalmente, 24 horas por dia”, disse a jovem, aluna do segundo semestre de direito. Ela tem deficiência decorrente de paralisia cerebral e se locomove por cadeira de rodas, o que lhe impôs um sem-número de desafios. Para superá-los, Millena encontrou na mãe e na irmã, de 11 anos, o alicerce.

A família vive em um dos apartamentos da CEU – no campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte – destinados a pessoas com deficiência. Porém, a UnB permite aos moradores ter apenas um acompanhante.

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A ameaça de despejo da irmã de Millena comoveu colegas da estudante, que fizeram uma manifestação na tarde desta terça (28) na Reitoria da UnB. Representante do comando da universidade, o professor Paulo César Marques leu um comunicado que permite a permanência da menina.

Conforme a nota esclarece, havia um ato de 2014 da reitoria que proibia o alojamento de crianças e adolescentes na Casa do Estudante Universitário, em qualquer hipótese. “Entretanto, o documento foi anulado pela reitora em março deste ano, por estar infringindo o Regimento Geral da UnB. A presença de estudantes, mães e pais com seus filhos na residência estudantil deve ocorrer em breve, após algumas adaptações em duas unidades da CEU”, destacou a instituição.

A universidade esclareceu ainda entender que, embora Millena não seja mãe da criança, a aluna vive uma situação excepcional: precisa do apoio da própria genitora, a qual, neste momento, não tem como deixar a filha mais nova com outra pessoa. “A UnB acredita que a presença de estudantes como Millena é essencial para o fortalecimento da vocação democrática e inclusiva das universidades públicas”, ressaltou.

A notícia serviu de alento para Millena e a mãe. “Estou muito feliz. Essa é certeza de que meu sonho não vai parar”, disse a estudante. “Agora, seguiremos nessa jornada para que a Millena conquiste o tão sonhado diploma”, assinalou Jocília.

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