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Escolas públicas aplicarão novo currículo para alunos do ensino médio no DF

Os estudantes poderão montar a própria grade horária. Modelo será implementado paulatinamente. Em 2021, serão 12 escolas-piloto

atualizado

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Ricardo Botelho/Metrópoles
Elefante Branco
1 de 1 Elefante Branco - Foto: Ricardo Botelho/Metrópoles

Os estudantes do ensino médio da rede pública de ensino do Distrito Federal terão o currículo reformulado em 2021. A Secretaria de Educação do Distrito Federal anunciou, nesta quinta-feira (10/12), o currículo em movimento do novo ensino médio, aprovado pelo Conselho de Educação do DF na última terça-feira (8/12).

Ele será implementado paulatinamente. Em 2021, serão 12 escolas-piloto. Até 2022, será aplicado, gradualmente, em todas as unidades públicas do DF com ensino médio.

Com as mudanças, os alunos não serão mais divididos entre 1ª, 2ª e 3ª séries. Em vez disso, estarão no primeiro, segundo, terceiro e até o sexto semestre, durante os três anos do curso.

Como nas universidades, acumularão créditos a cada disciplina cursada. Parte dessas disciplinas é obrigatória e comum a todos, parte será escolhida pelo estudante. Para se formar na rede pública do Distrito Federal, cada estudante terá de acumular 180 créditos ao longo dos seis semestres.

“A implementação do Currículo em Movimento do Novo Ensino Médio é uma de nossas prioridades. Precisamos pensar no futuro de nossos jovens. Se, antes, os nossos estudantes passavam por esta etapa como algo obrigatório, sem nenhum sentido, apenas para poder chegar à universidade, agora, eles terão um propósito”, afirma o secretário de Educação, Leandro Cruz.

O secretário destaca que os jovens poderão se aprofundar nas áreas que forem mais relevantes para seus projetos pessoais e obter uma formação de nível técnico, se assim desejarem. “Este modelo também vai contribuir, significativamente, para o combate à evasão escolar. Muitos acabavam desistindo por falta de perspectiva”, completou Leandro Cruz.

No ano que vem, as mudanças serão adotadas nas seguintes escolas:
ESCOLAS-PILOTO
Já fizeram a implementação completa
CED 03 do Guará
CEM 804 do Recanto das Emas
CEM 03 de Taguatinga
CED 04 de Sobradinho
CEMI Gama
Estão em fase de implementação
CED 123 de Samambaia
CEM 3 do Gama
CEM 12 de Ceilândia
CEM 304 de Samambaia
CEM 404 de Santa Maria
CED São Francisco (São Sebastião)
CEM 01 de Sobradinho

Há conteúdos comuns todos os estudantes, a chamada formação geral básica, composta de 1.700 horas. É segmentada em quatro grandes áreas, divididas em componentes, como mostra a tabela abaixo:

Área Componente
Linguagens e suas Tecnologias Português, Inglês, Arte, Educação Física
Matemática e suas Tecnologias Matemática
Ciências da Natureza e suas Tecnologias Biologia, Física, Química
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas História, Geografia, Sociologia, Filosofia

As maiores novidades, entretanto, estão no itinerário formativo – ou seja, matérias que o próprio estudante opta por cursar –, constituído de 1.300 horas. O conteúdo a ser oferecido pelas escolas deverá se enquadrar em quatro tipos: projeto de vida, língua espanhola, eletivas orientadas e trilhas de aprendizagem.

Desde o primeiro semestre, os estudantes escolherão disciplinas eletivas orientadas. A partir do terceiro semestre, farão a opção por uma trilha de aprendizagem. No DF, projeto de vida e língua espanhola serão ofertados obrigatoriamente em todos os semestres do ensino médio.

O que muda na prática

No modelo atual, o aluno recebe o conteúdo das quatro grandes áreas do conhecimento até o fim do curso. A grade horária é apresentada no primeiro dia em que ele chega à escola, e todos os discentes são obrigados a segui-la.

A partir de agora, haverá o conteúdo geral, comum a todos, oferecido numa grade fixa. Mas isso só em parte da semana. Desde o primeiro semestre, o estudante poderá escolher disciplinas que reforcem a formação que almeja no futuro e terá parte da grade horária montada por ele mesmo.

Por exemplo, se ele quer ser engenheiro ou trabalhar com computação, adotará conteúdos nas áreas de matemática e ciências da natureza. Da mesma forma, um colega que queira ser advogado ou diplomata escolherá áreas de linguagens e ciências humanas.

Já há mais de 200 disciplinas prontas para serem oferecidas aos alunos do DF no segmento de itinerários formativos.

Além disso, há a possibilidade de o estudante sair do ensino médio com o diploma de um curso técnico. Para isso, a rede pública vai oferecer cursos entre 800 e 1.200 horas. Ou seja, ele vai receber toda a formação geral básica, mais o complemento da educação profissional e tecnológica, caso opte por isso.

Alguns desses cursos técnicos serão oferecidos em parceria com o Senai e o Senac, como técnico em administração, técnico em informática, assistente administrativo e técnico em manutenção automotiva. O Centro de Educação Profissional Articulado do Guará (Cepag), que pertence à rede pública, vai oferecer o curso de computação gráfica.

Trajetória

Até chegar à versão final, o documento passou por duas consultas públicas e teve contribuições de estudantes, gestores, professores, setores da sociedade civil, representantes da Universidade de Brasília (UnB), instituições de ensino superior privadas e Instituto Federal de Brasília (IFB), entre outros.

O ensino médio no DF conta com 82 mil estudantes matriculados em 91 escolas.

* Com informações da Secretaria de Educação do DF

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