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“Era uma pessoa tão alegre”, diz amigo de professor envenenado

Velório começou às 9h na Igreja Adventista de Águas Claras. Enterro está marcado para ocorrer ainda nesta quinta-feira

atualizado

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Andre Borges/Especial para o Metrópoles
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1 de 1 professor-envenenado-2 - Foto: Andre Borges/Especial para o Metrópoles

O adeus ao professor Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos, começou a reunir amigos e parentes do docente às 9h desta quinta-feira (06/02/2020), na Igreja Adventista de Águas Claras. Ele perdeu a vida após dar entrada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) em estado gravíssimo na última quinta-feira (30/01/2020).

A Polícia Civil investiga se Charles foi envenenado dentro do colégio onde dava aulas, o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 410 Norte.

Amigo do professor havia 10 anos, o administrador Amir Rodovalho, 72, relata que a notícia da morte de Charles pegou todos de surpresa. “Muito horrível. Era uma pessoa tão alegre”, lembra ele.

“Há duas semanas, ele esteve em Anápolis [onde vive Amir] com a gente e estava muito alegre entre nós. Parece que ele foi se despedir”, lamenta.

Segundo Amir, o diretor havia conseguido um cargo melhor na Secretaria de Educação e, nos últimos dias, comemorava a promoção no emprego. “Estava em uma alegria total. Era um grande amigo, uma pessoa muito prestativa. Difícil entender como existem pessoas tão maldosas que possam fazer algo assim”, diz.

Com Amir, Charles havia comentado que tinha divergências com uma colega de trabalho “que não gostava dele”. “Parece que tinha uma pessoa que tinha problema com ele e foi ela quem ofereceu um suco para ele naquele dia. Ele enviou um áudio para a esposa dizendo isso”, relata o amigo.

Veja imagens do velório:

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“Verdadeiro amigo”

Professora de inglês do CEF 410 por dois anos, Maria das Graças Rodrigues, 47, tinha Charles como mais que um colega de trabalho. “Era um verdadeiro amigo. Profissionalmente, era muito sério, no sentido de manter a disciplina da escola. Mas, quando lidava com a gente, era uma pessoa muito extrovertida, feliz. Tinha esse lado acolhedor, protetor”, relatou ao Metrópoles.

“Era uma pessoa que tinha grandes sonhos. Já estava tudo certo para assumir um novo cargo e acontece isso”, completou.

Segundo Maria das Graças, o diretor da escola não apresentava qualquer problema de saúde e, portanto, sua morte “pegou todos de surpresa”. “O que mais causa esse clamor dentro da gente é que foi inesperado. Ninguém esperava isso, principalmente dentro do ambiente de trabalho em que ele esteve por tantos anos”, ressaltou.

Família consternada

Com lágrimas nos olhos, Daniel Santana, 41, cunhado do diretor, disse que a família está “consternada” com a perda de Charles. “Um momento de muita dor, muito sofrimento. A família está incomodada, desejando saber a verdade, mas, ao mesmo tempo, sempre respeitando, não acusando ninguém”, comenta.

Agora, segundo Daniel, a família aguarda respostas da polícia para entender o que aconteceu no dia em que o professor passou mal na escola onde trabalhava. “Nós confiamos no trabalho da polícia e elogiamos os policiais, que sempre nos atenderam bem.”

Ao lembrar do cunhado, Daniel não conseguia conter a emoção. “Estava feliz, superbem, viajou com a família no final do ano […] Aqui, não está sendo velado só um corpo, mas o convívio de um marido com a esposa, um pai com uma filha. Mas a gente confia em Deus e Deus tem dado forças a todos nós”, finaliza.

O caso foi tipificado inicialmente como tentativa de homicídio e está sob investigação da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), agora como homicídio. O Metrópoles teve acesso a laudo preliminar com material biológico da vítima, o qual constatou que o educador teria sofrido intoxicação, provavelmente por algum organofosforado, substância presente em inseticidas e agrotóxicos.

Diante da situação, a família decidiu registrar a ocorrência com base no conteúdo dos áudios, que podem apontar a existência de um crime.

 

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