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Buscas policiais por “Novo Lázaro” chegam ao 4º dia no Entorno do DF

Ação para encontrar suspeito de três mortes conta com patrulha rural e policiais civis, mas sem cães, helicópteros e grupos especializados

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Batalhão da PM em Abadiânia (GO)
1 de 1 Batalhão da PM em Abadiânia (GO) - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Abadiânia (GO) – As buscas pelo caseiro Wanderson Mota Protácio, procurado por uma sequência de três assassinatos em Goiás, chegam ao quarto dia nesta quinta-feira (2/12). Ao contrário da noite anterior, quando ocorreram patrulhas e até tiroteio na zona rural, o clima foi aparentemente mais calmo na região de Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal, para onde ele teria fugido na última segunda-feira (29/11).

Segundo a polícia, participam das buscas apenas equipes do Batalhão Rural da PM e viaturas da polícia local. Ao mesmo tempo, equipes da Polícia Militar investigam o paradeiro do foragido monitorando pessoas ligadas ao criminoso e averiguando os locais onde ele pode ter aparecido, colhendo depoimentos das testemunhas.

Não há mais a participação nas buscas de equipes especializadas da PM, com uso de helicóptero e cães farejadores, por exemplo. Essas equipes especializadas só foram visualizadas no primeiro dia de buscas.

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Diferenças

Esse cenário é diferente do que aconteceu nas buscas pelo criminoso Lázaro Barbosa, na região de Cocalzinho de Goiás, em junho deste ano. Naquela ocasião havia um efetivo de centenas de policiais, com tropas especializadas e uso de muito policiamento ostensivo.

A Polícia Civil não tem repassado informações sobre a investigação para a imprensa, alegando a necessidade de sigilo para obter sucesso nas buscas.

A rotina no 37º batalhão da PM em Abadiânia tem sido a de receber e averiguar denúncias de moradores, que afirmam ter visto algum homem suspeito ou ter ouvido barulhos estranhos em alguma região, como cachorros latindo em excesso. Uma das denúncias checadas foi em Novo Gama (DF). Policiais também têm entrevistado pessoas que podem ter conhecido Wanderson.

Já viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão fazendo rondas pelas rodovias em um grande perímetro que vai de Anápolis até o Distrito Federal, de acordo com informações repassadas por um policial na quarta.

Segundo a polícia, o tempo para a prisão em flagrante já teria passado e seria necessário um mandado de prisão. Ainda não há confirmação se o judiciário determinou a prisão de Wanderson, após pedido da Polícia Civil e do Ministério Público.

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Mortes em série

Os crimes em série de Wanderson Protácio teriam sido praticados no fim da tarde de domingo (28/11). De acordo com a Polícia Civil, o jovem teria matado a facadas a própria esposa, Raniere Aranha Figueiró, de 19 anos, e a filha dela, Geysa Aranha da Silva Rocha, de 2 anos.

Na sequência, o caseiro invadiu a casa de um vizinho, roubou o revólver dele e matou a tiros o produtor rural Roberto Clemente de Matos, de 73 anos. Ele teria cometido o crime para roubar uma camionete. Neste mesmo episódio, teria tentado estuprar a esposa da vítima, de 45 anos, não conseguiu e a baleou. A mulher sobreviveu.

A caminhonete roubada foi abandonada em uma rodovia da região. Wanderson vendeu o celular que pertencia a sua esposa a um receptador de Alexânia, que acabou sendo preso.

Facadas

Essa onda de crimes não é única passagem de Wanderson pelo mundo do crime. Em 2019, ele esfaqueou várias vezes uma jovem de 18 anos no dia do aniversário dela. O caso foi em Goianápolis (GO). O agressor só parou com os ataques porque a faca quebrou. Ele chegou a ser preso pela tentativa de feminicídio, mas foi solto.

Chama a atenção o caso de Wanderson e as semelhanças com a história do criminoso Lázaro Barbosa, de 32 anos, que cometeu crimes em série no Entorno do DF em junho deste ano. Após cometer homicídios em sequência, o também caseiro passou 20 dias fugindo das forças policiais na região, até ser morto em um confronto no dia 28 de junho.

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