Apesar de ainda estar em vigor, o decreto que proíbe vendedores ambulantes de comercializarem produtos na rua, o que se vê na prática em todo o Distrito Federal é um desrespeito à medida para evitar o contágio do novo coronavírus. Enquanto restaurantes e barbeiros seguem fechados, os informais aproveitam a falta de ponto fixo para continuar a atividade.
É o caso do Setor Comercial Sul (SCS). Nas largas passagens de pedestres das galerias que compõem o espaço, são vários os panos estendidos no chão para oferecer sapatos, blusas e calças. Grades também exibem vários produtos para celular. Capas, carregadores, fones de ouvido e fixadores em para-brisa do carro para ajudar na navegação pelo GPS estão entre os objetos oferecidos.

Movimentação de ambulantes no Setor Comercial SulHugo Barreto/Metrópoles

A atuação dos vendedores de rua está proibido por decreto no DFHugo Barreto/Metrópoles

A venda no meio da rua ajuda na aglomeraçãoHugo Barreto/Metrópoles

O comércio ocupa galerias e calçadas no Setor Comercial SulHugo Barreto/Metrópoles

Enquanto a reportagem esteve no local, nenhuma fiscalização foi feitaHugo Barreto/Metrópoles

Os ambulantes competem com o comércio autorizado a funcionarHugo Barreto/Metrópoles

Uma das medidas para evitar o contágio do novo coronavírus é o isolamento socialHugo Barreto/Metrópoles

Bancas de ambulantes no Setor Comercial SulHugo Barreto/Metrópoles

Trabalho informal cresce no DFHugo Barreto/Metrópoles

DF Legal afirmou que já retirou 850 ambulantes das ruas na capital do paísHugo Barreto/Metrópoles

Distância social é desobedecida nas situaçõesHugo Barreto/Metrópoles
Apesar de ser um lugar de grande movimentação e sede de vários serviços importantes do GDF, como a Agência do Trabalhador, a reportagem não viu nenhum representante da Secretaria DF Legal pelos corredores durante as duas horas em que esteve no local.
Situação parecida é vista na Rodoviária do Plano Piloto. Seja no mezanino, seja nas plataformas superior e inferior, os ambulantes seguem oferecendo os mais variados produtos. Sapatos são experimentados na saída da escada rolante, sem o devido cuidado e higienização. Comida também é oferecida a quem passa.
Em horário de pico, o trânsito de pessoas chega a ser prejudicado. Tentando desviar dos produtos no chão, passageiros de ônibus e metrô acabam se esbarrando e descumprem, forçosamente, a recomendação de distância.
Fiscalização
No terminal rodoviário, porém, a reportagem estava na plataforma inferior quando uma ronda aconteceu. Acompanhados de policiais militares, os agentes passavam caminhando de uma ponta a outra do local.
Os ambulantes, ao perceberem a chegada de fiscais, recolhem rapidamente os produtos e saem correndo para próximo dos ônibus. Apesar de carregaram enormes sacolas ou caixas, não são questionados por ninguém.
Poucos minutos depois, todos aqueles que fugiram voltam aos seus lugares, posicionando-se ao longo dos corredores com grandes carrinhos de frutas e sacos com pipoca doce.
O que diz a DF Legal
Procurado, a DF Legal informou que, em conjunto com a Polícia Militar (PMDF), emprega diariamente duas equipes para fiscalização das plataformas inferiores e superiores da Rodoviária, bem como do calçadão entre o Conic e o CBMDF, em dois turnos. Além disso, diz a pasta, há equipes da força-tarefa fiscalizando essa atividade por todo o DF.
Segundo a secretaria, entre os dias 27 de maio e 6 de junho, data do balanço mais recente da fiscalização das medidas constantes no Decreto, foram retirados 850 ambulantes em todo o Distrito Federal.