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Em carreata, moradores de condomínios pedem a venda direta dos lotes

Com a participação de cerca de 500 veículos, protesto parou a Ponte JK na manhã desta segunda-feira (22/8). Manifestantes estão em frente ao Palácio do Buriti. Eles pediram, ainda, a venda direta dos lotes

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 condomínios - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Com a participação de cerca de 500 veículos, moradores de condomínios fizeram uma carreata na manhã desta segunda-feira (22/8) com destino ao Palácio do Buriti. A Polícia Militar reservou uma faixa da DF-001, entre o Lago Sul e o Paranoá, para os manifestantes, mas o trânsito na via ficou complicado. O grupo parou na Ponte JK para protestar e seguiu até a sede do Executivo local para entregar um documento ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB), reivindicando a venda direta dos lotes, conforme estabelecem as leis Federal 9.262/96 e Distrital 954/95. Eles defendem, ainda, a suspensão das derrubadas até a regularização das áreas.

Com um carro de som, os organizadores do ato falam que a única instituição que funciona no DF é a Agência de Fiscalização (Agefis), “porque não precisa de inteligência para pegar os tratores e destruir a casa dos outros.” Por volta das 10h50, o grupo chegou ao Buriti. O protesto ocupou três faixas do Eixo Monumental, no sentido Memorial JK. No início desta manhã, a Agefis informou que não realizaria ações de derrubada no condomínio nesta segunda.

Os representantes do movimento foram recebidos pelo subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular, Acilino Ribeiro. A reunião durou cerca de duas horas. Na ocasião, os manifestantes entregaram ao governo um documento em que pedem a paralisação imediata das derrubadas e início de negociações com o Executivo.

 

Caroline Bchara/Metrópoles
Moradores de condomínios permanecem na Praça do Buriti

 

De acordo com a presidente da Associação dos Compradores e Moradores das Frações Ideais do Condomínio Estância Quintas da Alvorada, Leda Cavalcante, cerca de 600 pessoas participaram do ato desta manhã, incluindo apoiadores de outras regiões, como Lago Norte, Sobradinho, São Sebastião e Vicente Pires. “Nós temos leis que não podem ser ignoradas. Elas indicam que devemos provar que pagamos pelo pedaço de terra”, completou.

“Organizamos este ato para mostrar que somos contra a atuação do Governo do Distrito Federal (GDF) da maneira como vem ocorrendo. Não há diálogo com as lideranças ou com o povo, e nem compromisso com a palavra”, afirmou Leda.

Veja a íntegra do documento que os moradores pretendem entregar ao governador:

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O militar Leveri Abreu Vitor, de 49 anos, acompanhou a carreata. Ele tem uma propriedade no Condomínio Estância Quintas da Alvorada. “A intenção é mobilizar uma grande quantidade de proprietários. O governo está agindo de forma errada. Ele deixou construir e até colocar iluminação pública para depois derrubar. É uma postura totalmente errada e agressiva”, defendeu.

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Memória
Desde a última segunda-feira (15), a Agência de Fiscalização do DF (Agefis) tem promovido derrubadas na região. Com o início das operações, proprietários de casas no parcelamento entraram com agravos de instrumentos individuais na Justiça para impedir a derrubada dos imóveis. Pelo menos três moradores conseguiram decisões favoráveis. Além da batalha judicial, a resistência dos moradores ao longo da última semana foi marcada por protestos, como barricadas e fechamento de pistas.

Os moradores também estão revoltados com o governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg (PSB). Um vídeo que teria sido feito durante a campanha eleitoral de 2014 mostra o chefe do Executivo assumindo o compromisso de não fazer derrubadas no local – o que não foi cumprido.

Na época, Rollemberg afirmou que era preciso diferenciar os grileiros dos moradores e que usaria o “bom senso” para não deixar as famílias desabrigadas.

Área pública
Segundo a Agefis, a operação cumpre determinação judicial decorrente da ação civil pública 29.041/94. Aproximadamente 200 outras construções no condomínio realizadas após julho de 2014 também devem ser derrubadas. Até agora, 12 já foram demolidas.

A Agefis explicou que a identificação das construções irregulares é feita por geoprocessamento utilizando imagens de satélite. De acordo com o órgão, o terreno, de 2.313.122 metros quadrados, pertence à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) e vinha sendo ocupado irregularmente desde 2008.

São Sebastião
Também na manhã desta segunda, moradores da Vila do Boa e do Morro do Preá, em São Sebastião, atearam fogo em pneus e bloquearam parte da DF-463, principal via de entrada e saída da região administrativa. Eles também manifestaram contra ações de derrubada da Agefis no local, que não é regularizado.

 

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