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Em 3 meses, contas d’água no Lago Sul aumentaram 30%. Adasa investiga

Moradora que pagou R$ 187 na conta de abril viu o valor saltar para R$ 1.192 em junho. Nova estrutura tarifária está por trás do aumento

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
água saindo da torneira
1 de 1 água saindo da torneira - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Moradores do Lago Sul têm recebido as contas de água com valores acima do normal nos últimos três meses. Segundo a Prefeitura Comunitária da região, no geral, os valores das tarifas subiram 30% desde junho deste ano.

O Metrópoles mostrou, nessa segunda-feira (7/9), o aumento exorbitante na conta de água de residências do Lago Norte. Há consumidores pagando, hoje, taxas até quatro vezes mais caras que o valor das cobranças feitas nos primeiros cinco meses do ano.

No Lago Sul, a situação não é muito diferente. De acordo com a prefeita comunitária Edlamar Batista, pelo menos 20% dos moradores foram impactados por esse aumento excessivo nos últimos meses.

“Eu já recebi várias reclamações sobre esse aumento do custo da água. Mesmo em um bairro como o Lago Sul, onde há uma maior renda, as pessoas sentem, porque vivemos um período em que muitos estão em crise e um custo maior de algo essencial como a água pesa no bolso”, assinala.

Para ela, a situação “é generalizada” e não algo pontual. “Se você tem um vazamento que não detectou no seu quintal, algo que você não viu, só vai descobrir no final do mês quando vier a conta, e a Caesb não vai dar desconto. Mas isso é um aumento generalizado, não tem muita explicação”, aponta Edlamar.

Solon Kousak, presidente de Associação de Moradores da QI 17, relata que sua conta chegou a dobrar de valor. “Posso falar por mim. A minha foi de R$ 500 para R$ 1 mil”, diz.

“Os preços ficaram extremamente caros para quem consome acima de 30 metros cúbicos. Eu usava em torno disso, o que dava cerca de R$ 500. Agora, uso geralmente 40 metros e estou pagando o dobro”, afirma.

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A moradora do Lago Sul Rossana Rios Viana, 58 anos, viu o valor da conta mensal subir ainda mais. Em abril, o valor fechou em R$ 187,78, na média do que ela gastava mensalmente. No mês seguinte, ela teve que pagar R$ 684,94. A conta de junho, no entanto, foi a que mais pesou no bolso: R$ 1.192,68.

Segundo Rossana, os valores de agosto caíram novamente, mas ela não sabe dizer ainda quais foram as razões do aumento das contas no meio deste ano. “Agora, normalizou e não tinha nenhum vazamento. Nós chamamos um profissional para averiguar e não tinha nada de errado. Tanto que normalizou sem a gente ter feito nenhum conserto”, comenta.

Veja, abaixo, as contas de água da moradora nesses meses:

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O que diz a Adasa

Em nota, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) informou que “está analisando todas as possibilidades para saber o que está causando a elevação do valor nas contas de água e esgoto de alguns usuários”.

A agência reguladora salientou que houve mudança estrutura tarifária, em junho deste ano, em função da Lei Distrital nº 6.272/2019 e da Resolução nº 12/2019 da Adasa, o que promoveu para cerca de:

  • 20 mil famílias pobres e extremamente pobres desconto de 50% no valor de suas contas por meio da Tarifa Social. Este número pode chegar a 80 mil famílias;
  • 35% da população, que consome até 7 m³, redução na conta de água e esgoto variando de R$ 4,94 a R$ 46,80.
  • outros 62,8% da população, que consome entre 8 e 30 m³, aumentos que variaram de R$ 2,24 a R$ 36,84.

O consumo de água recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 3,3 m3 por pessoa mensalmente. Portanto, 30 m3 seriam suficientes para uma família de até nove integrantes.

Para esclarecer as dúvidas dos usuários, a Adasa disponibiliza em seu site um simulador para o usuário saber qual o valor das faturas antes e depois da alteração tarifária. Eventuais diferenças em relação àquelas demonstradas no simulador da Adasa devem ser investigadas. Nesse caso, o usuário deve entrar em contato com a Caesb e caso não seja resolvido, contactar a Adasa, por meio de sua Ouvidoria.

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O que diz a Caesb

Procurada, a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) disse que, por conta da seca, “há um aumento natural de volume medido nas unidades”.

“Devido à característica de consumo dos moradores ser superior a 8 metros cúbicos, com a nova estrutura tarifária eles sofreram aumento [no valor da conta], ainda que consumam o mesmo volume do ano anterior”, explicou, em nota.

Ainda segundo a Caesb, o consumo de água no último mês no Lago Sul, “esteve dentro da média”. Com relação ao volume global medido na região, houve uma redução se comparado com os anos anteriores.

“O consumo medido hoje está menor do que em julho de 2017, quando ainda estávamos na crise hídrica. Portanto, o aumento no valor final das contas é impacto da nova estrutura tarifária, mas tem apresentado resultado de acordo com a proposta definida em sua criação, que é a redução de consumo”, concluiu.

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