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MPDFT vai investigar professor que pediu redação sobre “boquete”

Educador foi afastado após ensinar sobre sexo anal e oral durante aula de português, na última quarta-feira (13/11/2019)

atualizado

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Myke Sena/Especial para o Metropoles
CEF-104-Norte2
1 de 1 CEF-104-Norte2 - Foto: Myke Sena/Especial para o Metropoles

A Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), instaurará procedimento para investigar as denúncias apresentadas contra o professor temporário afastado do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 104, da Asa Norte. O docente Wendel Santana, 25 anos, foi desligado da unidade educacional após ensinar sobre sexo anal e oral durante aula de português, na última quarta-feira (13/11/2019).

Na ocasião, ele também pediu aos alunos que escrevessem uma redação improvisada sobre o tema. Segundo denúncia recebida pelo Metrópoles, as crianças fotografaram o conteúdo escrito pelo docente na lousa e gravaram áudios durante a aula.

O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) também se posicionou sobre o ocorrido. Gilza Camilo, diretora da associação, afirmou que a entidade apura as acusações. “Viemos aqui hoje [segunda-feira (18/11/2019)] para resolver outro problema e tomamos conhecimento do caso. Não sabemos se as acusações procedem, mas o professor foi afastado e iremos apurar as denúncias”, explicou.

Nas imagens cedidas à reportagem, é possível ver a data da ocorrência e o tema proposto pelo educador no quadro branco. “Brasília, 13 de novembro de 2019. Objetivo: fazer o próprio currículo. Redação improvisada. Escrever sobre polidez e transformações afetivo-sexuais na adolescência (pós-infância). Sexo oral e penetração”, escreveu.

Ao lado das exemplificações, ele puxa setas e escreve as temáticas a serem abordadas sobre cada assunto formalmente e informalmente. Entre elas, usa palavras como: “boquete”, “69”, “fio terra”, “punheta”, “dar o cu” e outras.

Veja os registros obtidos pela reportagem:

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No conteúdo dos áudios obtidos pela reportagem, é possível ouvi-lo dizendo aos alunos: “Repitam comigo: ‘clitóris’, ‘clitóris’. Tem que tratar o assunto com educação, porque é normal”, ele diz.

Confira os áudios:

 

O outro lado

Após receber a denúncia, a reportagem foi ao colégio na manhã desta segunda-feira (18/11/2019). O diretor responsável pela unidade estava em reunião interna com outros professores e informou não ter sido autorizado a dar entrevistas sobre a polêmica.

Uma mãe que não quis se identificar relatou ter tomado conhecimento da ocorrência pelo seu filho de apenas 10 anos. “Ele comentou sobre o professor, que escreveu no quadro algumas palavras, e me disse que nem sabia o que significava. Vou procurar a direção e pedir um posicionamento sobre o que eles estavam aprendendo. Queremos saber qual era o assunto debatido em sala. Uma outra mãe comentou que vai ocorrer uma reunião de pais para falar sobre o assunto. Estou aguardando”, disse a mulher.

Outros pais abordados em frente à escola não quiseram se pronunciar e alguns relataram desconhecer o fato.

Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) explicou que a direção da unidade, assim que soube do ocorrido, prontamente procurou pela pasta e pela regional de ensino a fim de oferecer a denúncia e, desde então, o caso está em averiguação.

“A Secretaria de Educação informa que o professor, que é temporário, foi devolvido preventivamente pela Coordenação Regional de Plano Piloto e Cruzeiro, enquanto [a pasta] está investigando a situação no CEF 104 Norte. Se comprovados os fatos, terá seu contrato cancelado”, diz trecho do texto.

O Metrópoles procurou o professor Wendel Santana para ouvir sua versão sobre o episódio, mas ele não respondeu aos questionamentos da reportagem.

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