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Futuro do Gisno é tema de reunião entre GDF e Sinpro nesta quarta

No sábado, comunidade escolar rejeitou a gestão compartilhada com a PM. Mesmo assim, governador Ibaneis disse que implementaria modelo

atualizado

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Hugo Barreto/Metropoles
Gestão-Compartilhada-Gisno –
1 de 1 Gestão-Compartilhada-Gisno – - Foto: Hugo Barreto/Metropoles

O destino do modelo de gestão no Gisno (Asa Norte) será tema de reunião nesta quarta-feira (21/08/2019) entre o Governo do Distrito Federal e o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF). No último sábado (17/08/2019), a participação da Polícia Militar na administração da unidade da rede pública de ensino foi rejeitada pela maioria da comunidade escolar. O governador Ibaneis Rocha (MDB), entretanto, anunciou no dia seguinte que iria implementar a gestão compartilhada  mesmo após o “não” ter prevalecido.

A decisão do governador provocou uma onda de críticas, que culminou na exoneração do secretário de Educação, Rafael Parente. Ibaneis, então, decidiu abrir  diálogo com o sindicato para discutir o futuro do Gisno.

Nessa terça-feira (20/08/2019), o governador bateu mais uma vez na tecla de que a consulta nas escolas não está vinculada à decisão de implementação do modelo militarizado. Voltou a afirmar que o Sinpro teria descumprido o acordo feito com o GDF antes das consultas. “A regra foi descumprida pelo sindicato e pelos partidos de esquerda que transformaram isso em uma verdadeira eleição, em uma guerra”, disparou.

Porém, abriu a janela para conversar com os professores, categoria mais resistente à entrada da PM nas escolas públicas: “Eu não estou aqui para abrir guerra contra ninguém. Eu sei lutar e sei as minhas armas”, ressaltou. Nesse cenário, o governador garantiu que está aberto a sugestões de alternativas concretas. “Agora, tem que ter proposta. Se não tiver, vai a minha”, disse.

O Sinpro também afirma não querer ficar em guerra permanente com o Palácio do Buriti. A entidade, entretanto, cobra do GDF respeito à decisão da comunidade escolar e ao resultado das consultas.

100% militarizadas

Também na terça, o emedebista informou que estuda unir a Secretaria de Educação à do Trabalho. “Eu acho até que a gente poderia unir as secretarias. Transformar em Secretaria de Educação e Emprego. Porque as duas coisas estão juntas. Mas isso está em análise, porque eu também não tenho pressa”.

De acordo com Ibaneis, o novo secretário João Pedro Ferraz (que acumula a pasta do Trabalho) terá a missão de acelerar o compartilhamento nas escolas com a Secretaria de Segurança. Nesse sentido, o governo pretende apertar o passo na instalação das escolas que manifestaram interesse no projeto. O governador prepara um decreto de criação de escolas totalmente militarizadas no DF a partir de 2020. “Aí, sim, somente com militares. O projeto está em andamento”, informou.

Segundo o governador, a rede pública de ensino do DF está prestes a cair no caos: “Não adianta ficar com muita democracia interna e pouca decisão. Democracia serve até o momento em que você toma a decisão. Quando a decisão é tomada, você tem que executar”.

Do ponto de vista do emedebista, a rede pública sofre a pressão de uma demanda crescente de alunos, pois, devido ao empobrecimento da população, mais famílias tiram os filhos das escolas particulares e os matriculam no ensino gratuito.

Além de exonerar Parente, o titular decidiu que manterá a gestão compartilhada entre a Segurança Pública e o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 407 de Samambaia, que também rejeitou o modelo. Enquanto isso, outras três optaram pela mudança: CEF 1 do Núcleo Bandeirante, CED 1 do Itapoã e CEF 19 de Taguatinga.

Rafael Parente

Na avaliação de Ibaneis, Rafael Parente é um dos melhores quadros da Educação no Brasil. “Mas eu entendo que o cargo exige um pouco mais do que currículo. Precisa de uma verdadeira gestão de todo o sistema. Então, eu não posso, como governador, estar apagando todos os dias uma crise dentro da secretaria”, afirmou.

Ao Metrópoles, Parente comentou a saída. “Existe algo na minha vida que são os meus valores, disso não abro mão. Desde o início, lutei pela comunidade escolar e para que a democracia fosse respeitada, ainda mais em tempos tão estranhos como estes em que estamos vivendo”, manifestou-se.

Rafael Parente ainda agradeceu o governador por ocupar “o cargo mais ilustre de toda a sua trajetória profissional”. Disse também que deixa a função “com a certeza de que sempre lutou por melhorias na educação do DF”. Em sua conta no Twitter, o agora ex-secretário também se manifestou.

Twitter/Reprodução

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