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Alunos do ensino médio do DF começam a ter aulas on-line nesta 4ª

Ferramenta utilizada será a Google Sala de Aula. Primeira etapa beneficiará os adolescentes das escolas públicas da cidade

atualizado

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Arquivo pessoal/material cedido ao Metrópoles
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1 de 1 Ana-Luiza-CED-6 - Foto: Arquivo pessoal/material cedido ao Metrópoles

Alunos e professores do ensino médio da rede pública de ensino do Distrito Federal começam, nesta quarta-feira (22/04), um novo desafio: as aulas on-line. Uma live, que acontecerá às 19h, marca o pontapé inicial para a ferramenta, usada depois que os cursos foram suspensos por causa do novo coronavírus.

Os adolescentes poderão acessar os conteúdos da plataforma Google Sala de Aula G Suite que será liberada a partir das 19h. Na “aula inaugural”, eles receberão as explicações de como fazer para acessar e utilizar o canal.

De acordo com a Secretaria de Educação, todos tiveram e-mails cadastrados para usar a ferramenta. Para saber qual o login e como configurar a senha, basta seguir o passo a passo disponível na própria plataforma. É preciso saber o código do estudante, que pode ser consultado no boletim escolar do ano passado.

O código é encontrado com a sigla COD, no canto superior esquerdo do boletim (veja imagem abaixo).

boletim-escolar

Confira aqui o que é necessário para acessar.

Apenas os novos estudantes – os que entraram na rede pública em 2020 e ainda não conhecem os códigos – precisam ligar na Central 156 (opção 2). Pelo canal, eles serão informados dos identificadores.

As aulas on-line são opcionais e uma forma de os alunos preservarem os vínculos com os estudos durante o isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19. Não substituem as horas-aulas necessárias para a conclusão do ano letivo.

Expectativa X Realidade

A adolescente Ana Luiza Alves Balbino (foto em destaque), 15 anos, estuda no 2º ano do ensino médio do Centro Educacional 6 (CED 6) de Ceilândia. Moradora da QNP 18, ela assistirá às aulas pelo computador.

“A minha expectativa é muito boa. Com a plataforma on-line, vou conseguir tirar as dúvidas em tempo real e ter acesso aos professores. Vai ser uma maneira de amenizar os prejuízos com os estudos que estamos tendo neste ano”, opinou.

A jovem, no entanto, acredita que amigos enfrentarão dificuldades. “Tem alunos que não possuem internet em casa. Sei de uma colega de sala que não tem acesso e está preocupada em não conseguir ver o conteúdo. Espero que a gente recupere tudo logo e possa voltar rápido para a escola”, comentou a menina.

Ana Luiza também apontou que alguns amigos estão com dificuldades para realizar o cadastro. “Eu consegui, mas alguns estão com dificuldades em fazer o login e utilizar o token, porque é um pouco complicado. Como as aulas vão começar nesta quarta, a gente tem que fazer o mais rápido possível. Acaba que ficamos meio perdidos.”

Camilly Gomes de Azevedo, 16, também aluna do 2º ano, não vai conseguir acompanhar a modalidade de estudos on-line. Ela reside no Pôr do Sol e não tem internet em casa.

“Na minha televisão também não pega os canais das teleaulas. Eu não estou conseguindo acompanhar. No meu caso, fica muito difícil ter acesso. Não sei qual alternativa eu tenho. Acho que só vou conseguir os materiais de estudo quando a escola estiver funcionando novamente”, lamentou.

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Camilly não tem internet em casa e não conseguirá acessar os conteúdos on-line

Segundo a Secretaria de Educação, 6% dos estudantes não têm acesso a computador, celular ou conexão com internet. Os números são da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

De acordo com a Secretaria de Educação, a internet vai servir como um complemento para os conteúdos transmitidos nos canais da  TV Justiça, União e Gênesis.

“Estamos pensando em todos os estudantes, com as mais diversas realidades socioeconômicas, para tentar oferecer a melhor experiência de ensino possível neste período de enfrentamento do coronavírus para que todos sejam capazes de dar continuidade aos seus aprendizados”, afirma o assessor de Relações Institucionais da Secretaria de Educação, Gerson Vicente de Paulo Júnior.

A Secretaria de Educação estuda a possibilidade de oferecer pacotes de dados para uso da plataforma aos estudantes e professores, em todas as operadoras.

O propósito é dar assistência a todos. Posteriormente, a plataforma será aberta para os anos finais do ensino fundamental.

Conteúdo em casa

Para aqueles que não contam com sinal ou equipamentos, está em fase de planejamento uma logística para a entrega de materiais impressos.

A pasta promete mandar material didático para os alunos que não conseguirem acessar os conteúdos. Mas ainda não tem data nem o quantitativo do material. Esses pontos serão definidos após o começo das aulas on-line.

“Em uma terceira etapa, vamos enviar para a casa desses alunos material didático. O professor não estará presente, então, a ideia é oferecer conteúdo da base curricular e com um certo grau de autonomia para o aluno. A gente quer alcançar todos os estudantes”, disse o assessor especial da Secretaria de Educação do DF e coordenador das teleaulas, David Nogueira.

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