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DF: presos de cela onde estava detento com Covid-19 são isolados

Segundo a Segurança Pública, o preso cujo teste deu positivo para a doença também está separado dos demais internos

atualizado

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WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
sombra de presos
1 de 1 sombra de presos - Foto: WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

O resultado do exame do preso que testou positivo para coronavírus na Papuda foi recebido pela Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) na noite dessa quarta-feira (08/04). De acordo com a Secretaria de Segurança do DF, o detento do Centro de Detenção Provisória (CDP) apresentou sintomas leves e, segundo a SSP, foi imediatamente transferido para o Bloco 6, no Pavilhão Disciplinar 1 da unidade prisional, onde permanece isolado.

“Os outros internos da cela que ele fazia parte também estão sendo monitorados e foram isolados dos demais apenados do CDP. Todos os da cela estão sendo testados”, afirmou a secretaria, em nota divulgada no começo da tarde desta quinta-feira (09/04). A pasta informou ainda que o banho de sol dos presos é feito separadamente. “A cela está sendo higienizada diversas vezes ao dia, com o uso de hipoclorito de sódio, componente da água sanitária”, acrescentou.

Além do detento, pelo menos 13 policiais penais testaram positivo para a doença. Outros 20 estão com suspeita da doença e aguardam resultado dos exames. “A Sesipe esclarece que a orientação da Secretaria de Saúde é testar somente quem apresentar sintomas da Covid-19. Quando algum servidor do sistema prisional está sintomático, a Gerência de Saúde Prisional o encaminha, imediatamente, para a rede pública de saúde para realizar o teste. Na sequência, o servidor é direcionado para o isolamento em casa até o resultado do teste”, destacou a pasta.

Repúdio

O Sindicato dos Policiais Penais do DF (Sindpen), por meio de nota, criticou a atenção dada aos servidores. “Na sexta-feira (03/04), um policial penal lotado no CIR foi afastado do trabalho por suspeitas de Covid-19. No dia seguinte, ele requisitou atendimento para realizar o teste. Pediram que aguardasse, pois uma equipe de saúde iria até sua casa para realizar o exame no domingo. Porém, isso não ocorreu”, ressaltou a entidade.

“Remarcaram para segunda, depois terça, e nada. Foi necessário que ele, mesmo em meio a dores e febre alta, fosse dirigindo até o CIR para realizar o exame”, pontuou o Sindpen.

Ao todo, os presídios do DF têm mais de 17 mil presos. Na tentativa de impedir o avanço do coronavírus nas cadeias e distensionar o sistema prisional, a Vara de Execuções Penais (VEP-DF) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) estabeleceu critérios para liberação de presos: a progressão regular de regime, ou seja, que já liberaria os detentos para voltar às suas respectivas residências por terem cumprido a pena; e a progressão antecipada, motivada pelo avanço da doença no DF.

A vara acolheu parcialmente pedido da Defensoria Pública para conceder prisão domiciliar antecipada aos presos que teriam esse regime alcançado nos próximos 120 dias. A intenção é evitar que pessoas saudáveis presas sejam infectadas, tendo em vista que os apenados do regime semiaberto tinham contato com o mundo externo e poderiam estar contaminados.

As visitas às unidades prisionais estão suspensas até o próximo dia 10, quando serão novamente avaliadas. A medida, iniciada em 12 de março, está alinhada às ações do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para a prevenção do contágio pelo novo coronavírus.

Nesta quinta-feira (09/04), a reportagem acionou a Secretaria de Segurança Pública, mas até a última atualização da matéria não havia recebido retorno.

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