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DF: crise no abastecimento ameaça deixar brasiliense até sem pão

Farinha de trigo retida nos bloqueios é motivo de preocupação. Tomate e batata tiveram reajuste de até 120% desde o início da paralisação

atualizado

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Leonardo Arruda/Metrópoles
pão
1 de 1 pão - Foto: Leonardo Arruda/Metrópoles

Os impactos da greve dos caminhoneiros chegaram à mesa dos brasilienses. Não bastasse o aumento no preço de diversos itens de alimentação, o bloqueio em rodovias do país ameaça deixar o Distrito Federal até sem o pão nosso de cada dia. Segundo o Sindicato das Indústrias de Alimentação de Brasília (Siab), no momento, a maior preocupação é com a farinha de trigo, principal matéria-prima da área de panificação.

“O produto está parado nos bloqueios. Estamos em alerta. Também começam a faltar itens na área de proteína animal, como presunto e derivados. Se a greve persistir, teremos problemas até o fim da semana”, afirma Paulo Sérgio Dias Lopes, 57 anos, presidente do sindicato.

Outros produtos como laranja, melancia, abacaxi e banana também começam a faltar. Quem consegue comprar, está pagando mais do que o dobro do preço. É o caso de itens como o tomate e a batata. Na Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF), uma caixa com 20kg de tomate, antes dos protestos vendida a R$ 60, agora chega a sair por R$ 130. Já a batata inglesa, cujo saco com 50kg era vendido por R$ 100, subiu para R$ 220, o que representa um aumento de 120%.

O chefe de estatística da Ceasa, Fernando Santos, explica que, desde o início da paralisação dos caminhoneiros, a entrada de produtos foi de apenas 35%, se comparado a um dia normal.

“Itens como banana, abacaxi, melancia e laranja, que são exportados de outros estados, estão com estoques extremamente baixos. No entanto, os de produção local, como batata doce, beterraba, cenoura, pimentão, goiaba, morango, berinjela e chuchu, estão com grande oferta, considerando o fato de os agricultores não conseguir enviá-los para fora. Uma caixa com 12kg de chuchu, antes repassado a R$ 15, agora sai por R$ 10”, exemplifica.

Preocupado com o desabastecimento, o secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Valdir Oliveira, se reúne com empresários e produtores, na tarde desta segunda (28/5), para fazer um balanço dos impactos da greve dos caminhoneiros na capital. “Neste momento, é possível dizer que estamos em uma situação controlada. Mas, se não houver um desfecho nacional, teremos dificuldade na normalização”, acrescentou.

Há preocupação, também, entre criadores de aves e suínos. Isso porque caminhões com farelo de milho, fonte de alimento para os animais, estão parados em bloqueios. Está sendo estudada a adoção de escoltas para os veículos de carga.

Outro setor afetado é o de distribuidoras de bebida. As empresa estão com os estoques parados. De acordo com dados do Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do Distrito Federal (Scaab), 80% dos veículos responsáveis pelo escoamento dos produtos, como a cerveja, estão sem diesel.

Assim, a previsão é de que em 48 horas os bares, restaurantes e lojas de conveniência de Brasília não tenham mais bebida para atender o consumidor.

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