Por falta de laudos técnicos, estudantes com intolerância à lactose, doença celíaca e outras restrições não têm acesso à merenda adequada nas escolas públicas do Distrito Federal. Segundo o Conselho de Alimentação Escolar do DF (Cae-DF), o problema compromete a alimentação de, pelo menos, 1,5 mil alunos.
Para garantir a alimentação especial para essas crianças e adolescentes, pais, educadores e profissionais de saúde lançaram, nesta semana, o projeto Saúde do Estudante. O objetivo da iniciativa é produzir os laudos técnicos, garantindo a merenda escolar para este público.
Sabia quem são os organizadores:
Cae-DF
Movimento Estudantil dos Diretórios Acadêmicos de Nível Médio e Superior (DANMS)
Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs)
Escola de Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (EAPSUS)
Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)
“O Estado não está dando nenhuma assistência. É uma coisa simples. Ficamos um ano sem aula presencial e esses alunos ficaram sem alimentação”, desabafou o presidente do Cae-DF, Thiago Dias.
Veja o processo:
Processo – Saúde do Estudante by Metropoles on Scribd
Segundo o Cae, os alunos com restrições sofrem duplamente. Por um lado, ficam com a barriga apertada ao verem os coleguinhas se alimentando. “Muitos deles perdem rendimento escolar por conta disso, especialmente os celíacos (intolerantes ao glúten)”, contou Dias.
Para produzir os laudos, o projeto precisa das autorizações oficiais dos responsáveis pelas crianças e jovens. Por isso, o projeto entrou em contato com diretores das escolas públicas a fim de intermediar a coleta de assinaturas. Após a expedição dos documentos, as crianças e adolescentes serão acompanhados por nutricionistas e médicos ao longo de 2022.
O projeto fechou parcerias com diferentes pastas do DF. Veja lista:
Secretaria da Mulher
Secretaria de Desenvolvimento Social
Secretaria de Justiça
Secretaria de Educação
Secretaria de Saúde
Especiais
O Cae também flagrou falhas na alimentação dos alunos especiais, a exemplo dos autistas. “Algumas dessas crianças apresentam dificuldade para comer. Por isso, precisam de um cardápio especial”, comentou Dias. Pelas contas do conselho, atualmente, 15 mil alunos especiais estudam na rede pública.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Educação, que respondeu atender 734 estudantes com necessidades alimentares especiais.
Leia a nota completa:
“A rede pública atende 734 alunos com necessidades alimentares especiais, de acordo com dados do Censo Escolar. A compra dos alimentos é realizada diretamente pelas unidades escolares, com recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira – PDAF, conforme o Decreto nº 33.867/2012. Recebem a alimentação os estudantes que comprovam a necessidade por laudo”.