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Derrubadas em área de proteção ambiental no DF devem durar 3 dias, diz PM

Barracos erguidos em Brazlândia são removidos em operação iniciada nesta 2ª. Grupos teriam relação com invasão à administração da cidade

atualizado

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Felipe Torres / Metrópoles
desocupação flona 4
1 de 1 desocupação flona 4 - Foto: Felipe Torres / Metrópoles

Mais três pessoas acabaram presas, nesta segunda-feira (20/3), durante represálias contra uma ação de desocupação de uma invasão montada na Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio Descoberto, em Brazlândia, próxima à BR-080.

Para o major Rafael Branquinho, comandante do Batalhão Rural da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na região e responsável pela operação, os invasores usaram “estratégia de guerrilha” para dificultar a remoção dos barracos montados.

A previsão é de que a ação de retirada dos invasores dure três dias. “[Eles usaram] uma estratégia para embaraçar, dificultar a operação. Houve três barricadas de pneus e algumas [tentativas] de atear fogo, também, aos barracos. Enquanto desocupávamos, eles tacavam fogo nos colchões. A cada momento que avançávamos, eles incendiavam [mais itens]”, detalhou o major.

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As equipes do batalhão contabilizaram três barricadas de pneus queimados, erguidas na tentativa de conter o avanço das forças de segurança. A estimativa é de que cerca de 800 barracos estejam dispostos em uma área de 27 hectares — equivalentes a 38 campos de futebol, aproximadamente —, pertencente à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap).

A área começou a ser invadida por volta de 8 de janeiro último. A Secretaria de Proteção à Ordem Urbanística (DF Legal) afirma se tratarem de “ocupações irregulares, com viés especulativo e imobiliário, sem qualquer característica de assentamento rural”.

A maioria dos barracos — cerca de 90% — não tem moradores nem possibilidade de ocupação. Ainda de acordo com a pasta, há lotes à venda por R$ 8 mil, e as lideranças do movimento teriam relação com invasões nas cidades do Gama, de Santa Maria e de Sobradinho.

A ação começou por volta das 10h. Apesar das tentativas, o major Rafael Branquinho avalia que a operação segue em tom “superpacífico” e garante que “não houve confronto, só uso necessário da força”.

O comandante da PMDF acredita que o grupo responsável pela invasão da Administração Regional de Brazlândia tenha relação com a ocupação irregular próxima à BR-080.

Questionado pela reportagem, ele não garantiu que os participantes do protesto que terminou com invasão ao prédio tenham vínculo com movimentos de trabalhadores rurais. No local, o Metrópoles não encontrou qualquer tipo identificação de grupos desse tipo na região.

Mais cedo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota em que negou ter relação com o quebra-quebra na administração regional da cidade e associou a ação a grileiros.

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Invasão a prédio público

Pela manhã, após início da remoção do acampamento irregular pela PMDF, manifestantes invadiram a Administração Regional de Brazlândia. Câmeras de segurança do prédio público gravaram o momento da entrada deles no edifício.

As imagens flagraram o momento em que o vigilante da administração regional tentou conter o grupo. Sem sucesso, o segurança é empurrado por uma mulher, e oito pessoas conseguiram entrar no prédio.

A Polícia Militar precisou usar spray de pimenta e balas de borracha  para conter os invasores. Oito homens e uma mulher acabaram presos após a ação.

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