MST nega envolvimento com invasão à Administração de Brazlândia: “Oportunistas”
Nove pessoas foram presas após ato promovido contra retirada de acampamento na BR-080. MST nega participação em invasão de prédio público
atualizado

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Distrito Federal emitiu nota em que nega envolvimento com a manifestação que terminou com invasão à Administração Regional de Brazlândia, na manhã desta segunda-feira (20/3).
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) atribuiu a ação a um grupo de sem-terra. O protesto terminou com nove pessoas presas. Oito homens e uma mulher foram levados para a 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia).
Vídeo: PMs jogam spray de pimenta contra sem-teto em prédio público
Assista:
A invasão ao prédio público começou por volta das 6h40. A PMDF acrescentou que os manifestantes entraram na administração regional em protesto contra a remoção de um acampamento na BR-080.
O MST destacou que não tem acampamento na região onde teriam ocorrido as derrubadas e associou a invasão à administração regional a grileiros.
“Importante ressaltar que os grupos que fazem essas movimentações têm ligações criminosas com especulação e grilagem de terras na região, esquentando documentos, na finalidade de buscar terras públicas, em grande parte urbanas, como forma de ganho de dinheiro para suas supostas lideranças, com a regularização a partir da grilagem destes territórios”, diz trecho da nota do MST.
O MST ressaltou que “combate e repudia qualquer forma de grilagem de terras” e que o movimento “luta pela reforma agrária, pela agroecologia, por uma nova sociabilidade nós territórios rurais, pela qualidade de vida no campo e por produção de alimentos saudáveis para todo o povo”.
“Infelizmente, grupos oportunistas, que não tem nenhum projeto político para a sociedade, tentam desqualificar a luta justa dos movimentos sociais do campo, operando lógicas criminosas e ligadas à grilagem de terras públicas, algo que seguiremos denunciando e combatendo”, finaliza o comunicado do MST.

Cerca de 600 barracos ocupam irregularmente terreno público, segundo a DF Legal Divulgação/DF Legal

Endereço fica em Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio Descoberto, em Brazlândia Divulgação/DF Legal

Área começou a ser invadida no início do ano, segundo a pasta Divulgação/DF Legal

Ocupações irregulares têm viés especulativo e imobiliário, de acordo com a DF Legal Divulgação/DF Legal
Em nota, o DF Legal informa que fará ainda nesta segunda-feira (20/3) “uma operação para desconstituir ocupações instaladas na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto, em Brazlândia. Segundo levantamento da pasta, são cerca de 600 barracos, em aproximadamente 27 hectares, que estão ocupando irregularmente um terreno da Terracap”.
“A área começou a ser invadida no início do ano, por entidades ligadas a movimentos de sem-terra. Vale destacar que se tratam de ocupações irregulares com viés especulativo e imobiliário, sem qualquer característica de assentamento rural. A maioria dos barracos (cerca de 90%) está desabitada e sem possibilidade de ocupação.”
A pasta afirma que os ocupantes não são “pessoas em vulnerabilidade social, uma vez que ostentavam veículos novos e caminhonetes”. “Há lotes sendo vendidos por R$ 8 mil. A pasta ressalta, ainda, que estas são as mesmas lideranças responsáveis pela ocupação de áreas públicas nas cidades de Santa Maria, Sobradinho e Gama.”