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Briga de gangues rivais por tráfico motivou tiros em escola do DF

Segundo 30ª DP, autores e vítima, que levou três tiros, têm passagens pela polícia e fazem parte de grupos rivais de São Sebastião

atualizado

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Luísa Guimarães/Metrópoles
Sangue na escola
1 de 1 Sangue na escola - Foto: Luísa Guimarães/Metrópoles

A violência dentro da Escola Classe Vila Nova, em São Sebastião, no começo da tarde dessa segunda-feira (24/9), é resultado de uma briga entre gangues rivais. De acordo com informações da delegada Bruna Eiras, da 30ª DP, o trio que se envolveu no episódio faz parte de grupos diferentes disputando o tráfico de drogas na região.

A rixa entre eles dura mais de 10 anos. De um lado, a gangue do Morrinho. Do outro, a do Matinho. No meio do fogo cruzado, está a escola, no bairro Vila Nova, considerado um dos mais violentos da cidade.

Segundo a delegada, todos os três envolvidos no episódio de segunda têm passagens pela polícia. A vítima responde por crimes análogos a roubo e tráfico de drogas. Os dois autores são acusados de crimes graves, como homicídio, roubo e tráfico – um deles é menor. Nenhum foi achado por enquanto.

No dia do crime, os autores teriam ameaçado o adolescente pelas redes sociais. Eles marcaram de se encontrar perto do colégio. Quando percebeu que seria baleada, a vítima correu para dentro da escola.

Os outros dois disseram que não iam resolver nada dentro da instituição de ensino porque, no local, havia crianças pequenas. O adolescente saiu. Quando foi novamente ameaçado, entrou correndo na escola e acabou baleado dentro da área de serviços.

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A delegada fez questão de reforçar que o episódio não tem nada a ver com a instituição de ensino. O adolescente está internado no Instituto Hospital de Base (IHB) e, segundo a polícia, seu estado de saúde é estável. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) pede para quem tiver informações sobre os acusados entrar em contato com a corporação. Pelo telefone 197, não é preciso se identificar.

Os sinais da violência ainda estão impregnados na parede e no chão da escola. Há respingo de sangue no chão e marca de bala na sala de serviços gerais. Não houve aula nesta terça (25/9). O colégio será reaberto na quarta (26) para uma palestra com psicólogo.

Na unidade de ensino estudam 1.150 crianças de 4 a 11 anos. “Fiquei desesperada quando escutei os tiros”, disse Geovanna, aluna de 8 anos. Filha da gerente comercial Jociane Teixeira, 37, a menina está traumatizada. “Tenho medo de voltar e acontecer de novo”, disse.

Jociane também se mostra muita insegura. “Como vou ficar tranquila deixando minha filha na escola depois de algo assim? São dois portões, em um colégio onde a rua é extremamente perigosa”, afirmou a mulher.

Uma outra mãe, a qual não quis se identificar, tem um filho de 7 anos que estuda na mesma escola. Ele não estava na hora em que os tiros foram disparados, mas, mesmo assim, ficou bastante assustado. “Eu me sinto de mãos atadas. Todas as escolas correm esse risco, infelizmente. Ele já diz que por aqui é muito perigoso. Ainda assim, pretendo esperar o ano letivo [terminar] e mudá-lo de colégio”, destacou.

Foram momentos de terror. A sorte é que ninguém da escola se feriu. Cheguei no momento em que os autores fugiram, deixaram a bicicleta jogada na faixa de pedestres e correram. Na fuga, usaram uma funcionária da limpeza como escudo. Foi horrível

Valdir Bezerra, servidor da escola

Um vigilante fica responsável pela segurança do local durante 12 horas, quando ocorre a troca de turno, mas isso não foi suficiente para barrar a violência dentro do colégio.

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