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Brasilienses reclamam da falta de água em diversas regiões

Áreas como Brazlândia, Planaltina, Sobradinho e Jardim Botânico têm sofrido problemas de abastecimento. Bacias que alimentam as localidades operam com restrições, mas Caesb diz que níveis dos reservatórios estão normais

atualizado

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1 de 1 Foto Torneira (1) - Foto: Gabriel Pereira/Metrópoles

Com a volta das chuvas, moradores de regiões como Brazlândia, Sobradinho, Planaltina, Jardim Botânico e São Sebastião esperam uma forcinha de São Pedro para acabar com problemas no abastecimento de água. Embora os órgãos oficiais afirmem que o nível dos reservatórios esteja dentro da normalidade, o que se vê são informações desencontradas. Nesse cenário, sobram reclamações da população.

Nesta semana, por exemplo, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Sanamento Básico do Distrito Federal (Adasa) ampliou a restrição ao uso do insumo nas bacias do Pipiripau e do Descoberto, que abastecem as regiões afetadas.

A justificativa, segundo nota publicada pela autarquia, é garantir que a vazão dos rios se mantenha dentro dos padrões exigidos. Atualmente, cada margem do Pipiripau tem restrição de seis horas por dia, sendo uma pela manhã e outra no período da tarde.

Na Bacia do Descoberto, responsável pelo abastecimento de 60% do Distrito Federal, ficou estabelecido que os produtores rurais só podem fazer a captação de água a partir das 15h. A Adasa explica que as regiões atravessam problemas pela quantidade de agricultores que utilizam as nascentes, o que acaba por sobrecarregar os sistemas de abastecimento.

Reservatórios
Embora a Adasa admita problemas, tanto a agência quanto a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) afirmam que os níveis dos reservatórios não preocupam. “Agora que o período das chuvas está começando, as bacias não correm o risco de secar”, explica Paulo Salles, diretor-presidente da Adasa. “Temos uma estrutura bem montada e uma instalação capaz de atender bem à população. Agora temos que estimular os produtores a proteger as nascentes que utilizam”.

Segundo dados oficiais, a Bacia do Descoberto, por exemplo, está em um nível de 1.027,48 metros acima do nível do mar — sendo o mínimo e o máximo permitidos de 1.020m e 1.030m, respectivamente.

Já o reservatório de Santa Maria encontra-se na cota de 1.070,99 metros, com mínimo e máximo estabelecidos entre 1.060 e 1.072. Os números atuais são superiores às médias registradas nos últimos cinco anos pelas empresas: 1.027,11 para a primeira bacia e 1.070,72 para a segunda. O fato é que nessa época de estiagem o consumo de água aumenta entre 8% a 10%.

Reclamações
O discurso oficial, no entanto, não convence a população que sofre com problemas no abastecimento. Na página do Facebook “Brazlândia pede socorro”, moradores se queixam do problema desde o dia 14 e contestam a versão do governo. “Em contato com a Caesb, fomos informados de que os cortes ocorrem para a reposição dos níveis dos reservatórios e que não há previsão de normalização”, diz o post.

Mário Ferreira Vianna é síndico do condomínio Mansões Califórnia, no Jardim Botânico. Ele conta que a região também vem sofrendo com a falta d’água. “Liguei na Caesb, e uma mensagem eletrônica informou sobre um racionamento não oficial de água no DF. Quase 60% da cidade estava sem abastecimento”, relata.

Eles poderiam avisar da economia porque, assim, poderíamos nos programar. Dizem que estão procurando uma solução para o problema, mas é nitidamente um racionamento.

Mário Ferreira Vianna, síndico no Jardim Botânico

Marcelo Braga Figueiredo, que mora no mesmo condomínio, endossa as críticas. “Passamos muitos dias sem água. Sempre falavam que as tubulações estavam quebradas. Na quinta (22), ficamos sem água e, a partir das 14h, o abastecimento começou a voltar. Em casa, somos quatro, com uma criança, e na nossa caixa só cabem mil litros. Se nos avisassem com antecedência sobre a interrupção no abastecimento, poderíamos nos planejar”, diz.

Daniel Ferreira/Metrópoles
Marcelo Braga mora no Condomínio Mansões Califórnia, no Jardim Botânico, e reclama da falta de água*Daniel Ferreira/Metrópoles**

 

Justificativas
Rompimento de adutora, oscilações de energia em poços artesianos e excesso de consumo em razão do forte calor foram alguns dos motivos listados pela Caesb para a interrupção do abastecimento de água no Jardim Botânico e em São Sebastião nesta semana. Pela programação da companhia, as regiões ficaram uma média de 14 horas com o serviço suspenso.

Segundo Karina Bassan, analista da Caesb, independentemente da época do ano e das condições do sistema de abastecimento, as pessoas têm que ajudar a evitar o desperdício. “A população deve ter consciência de que não há abundância de água. Temos muitas nascentes em Brasília, mas os rios não têm volume.”

Veja algumas dicas da Caesb para economizar água

  • Evite tomar banhos longos
  • Não lave louça com a água corrente
  • Escove os dentes com o auxílio de um copo de água
  • Em vez de regar as plantas com mangueira, utilize um regador

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