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Após volta às aulas presenciais, Covid atingiu 82 escolas públicas no DF. Veja lista

Educadores pedem testagem, um protocolo unificado em caso de diagnóstico positivo de infecção, máscaras e melhorias nos centros de ensino

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Sala de aula
1 de 1 Sala de aula - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após a volta às aulas presenciais, em 5 de agosto, a Covid-19 atingiu, pelo menos, 82 escolas públicas do Distrito Federal. O levantamento foi produzido pelo Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), na sexta feira (3/9).

O DF tem 683 escolas públicas. Ou seja, percentualmente, foram registrados episódios de infecção em 12% das unidades da rede, incluindo casos de estudantes, professores, merendeiras e demais profissionais da educação.

“É muito assustador, pois esses números estão aumentando todos os dias. E, dificilmente, fica apenas em um caso por escola”, lamentou Samuel Fernandes, diretor do Sinpro.

Em grande parte das escolas mapeadas, há registro de mais de uma pessoa infectada pelo novo coronavírus.

Por causa do risco, os educadores pedem a formulação de protocolo de segurança sanitária específico e efetivo. “Caso tenha contaminação, é preciso ter a suspensão das aulas, a desinfecção e a testagem de toda a unidade escolar.

Em 21 de agosto, a Secretaria de Educação divulgou o número de pessoas infectadas na rede. Naquela data, havia registro de 89 pacientes.

Naturalizando o risco

Do ponto de vista do sindicato, a Secretaria de Educação do DF não está tomando todas as medidas necessárias para conter o avanço do vírus. Segundo os educadores, em muitas escolas, a higienização não é feita de forma adequada. Diversos colégios ainda não contam com ventilação adequada nas salas de aula.

Muitas não têm refeitório. Onde os alunos vão lanchar? Dentro das salas, em um ambiente totalmente inadequado”, destacou Fernandes.

A Escola Classe 405 Norte registrou casos de Covid-19, mas não recebeu diretrizes claras de como proceder. A unidade tem 280 alunos. Segundo a supervisora pedagógica Rosângela Barros, até sexta-feira, a escola confirmou três casos, entre 10 dias. E, nessa semana, houve nova suspeita de infecção.

A escola avaliou decretar surto da doença para suspender todas as aulas presenciais. A decisão estava embasada em uma orientação da Secretaria de Educação, a partir de uma nota técnica assinada pelo Ministério da Saúde.

Leia a nota:

Pelo documento, o surto seria quando houvesse registro de 3 ou mais casos confirmados de Covid-19, na mesma sala, dormitório, alojamento ou ambiente laboral, em intervalo igual ou menor do que 14 dias.

“Só que a resposta da regional para gente é que existe um documento, que até agora não nos foi apresentado, que só é considerado surto se for mais de 10 casos. Mandaram desconsiderar essa nota técnica”, contou.

Impasses

A escola suspendeu as aulas presenciais apenas nas turmas com casos confirmados. Contudo, alguns pais questionaram a medida, alegando que os estudantes infectados deveriam ficar de quarentena.

“Os alunos tiveram contato. Como é que a gente deixa essas crianças dentro da escola?”, questionou a educadora. O protocolo para isolamento também não é preciso.

Segundo Rosângela, outras escolas da rede na mesma situação suspenderam as atividades presenciais para todos os alunos. “A Secretaria de Educação não tem uma diretriz unânime. Cada regional trabalha de um jeito”, reclamou.

“A gente torce muito para que o retorno dê certo. E o que depender de cada professor, de cada direção, a gente tem feito. Mas cabe ao governo apresentar um plano para as intempéries. A gente precisa de suporte”, pontuou Rosângela.

A princípio, a secretaria enviaria equipes para fazer a desinfecção das salas. Mas, conforme o relato da supervisora, o apoio não chegou. Uma empresa terceirizada foi contratada para a higienização.

“A gente quer que dê certo. As escolas estão seguindo os protocolos. Na hora do recreio, a equipe fica observando as crianças, vendo se está todo mundo usando a máscara adequadamente. A gente percebe a alegria deles de estar em um ambiente encontrando os pares. E a gente sabe o quanto essa socialização é importante. Mais do que ninguém, os professores sabem disso. Mas a gente precisa de amparo e suporte. Falta uma unanimidade e um direcionamento sobre o que fazer em casos crescentes de Covid dentro das escolas”, destacou a educadora.

Máscaras inadequadas

Outro problema é a distribuição de máscaras de adultos nas escolas, inadequadas para as crianças, especialmente as mais jovens. Além disso, os carregamentos de álcool em gel são escassos.

Dramas compartilhados pela comunidade da Escola Classe 405 Norte. A unidade tem alunos de 6 a 10 anos. Também há estudantes do ensino especial de 13 a 14 anos.

Veja a lista das escolas da rede pública com casos da Covid-19 (atualização em 3/9, às 18h45):

1 – Jardim Infância 308 Sul
2 – CEI 416 Santa Maria
3 – CEI 08 Taguatinga
4 – CEI 307 Samambaia
5 – EC 102 Sul Plano Piloto
6 – CED 02 RF 1
7 – EC 415 Samambaia
8 – EC 100 Santa Maria
9 – EC 308 Sul Plano Piloto
10 – EC 55 Taguatinga
11 – EC 121 Samambaia
12 – CAIC Unesco São Sebastião
13 – CAIC Walter José de Moura Taguatinga
14 – CAIC Bernardo Sayão Ceilândia
15 – CAIC Paranoá
16 – Escola Classe 305 Sul
17 –  CAIC Sobradinho II
18 – CEI 04 Taguatinga
19 – JI 108 Sul
20 – CEI Galvão
21 – EC 13 Ceilândia
22 – CED Myrian Ervilha Recanto da Emas
23 – CAIC Helena Reis
24 – CED Agrourbano
25 – EC 38 Ceilândia
26 – CEF 507 Samambaia
27 – EP 308 Sul 
28 – CEF 312 Samambaia
29 – EC RCG Plano Piloto
30- EC 410 Samambaia
31- CED São Bartolomeu São Sebastião
32- EC 218 Santa Maria
33 – CEF 214 Sul
34 – CEF 102 Norte
35- CED Vargem Bonita
36 – EC 115 Norte
37- CEF 410 Norte
38- EC 203 Santa Maria
39 – CEMUB Centro de Ensino Médio Urso Branco
40 –  CED Queima Lençol de Sobradinho
41 – CEF 206 Recanto das Emas
42 – CEF 08 Guará
43 – CED 01 RF 2
44 – CEF 14 Ceilândia
45 – CEMI Gama
46 – EC 43 Ceilândia
47 – EC 08 Guará
48 – Colégio da Polícia Militar CED 01 Estrutural
49- CEF 11 Taguatinga
50 – CEAN
51 – CEMAB
52- CILG Guará
53 – EC 01 Brazlândia
54 – CEM 414 Samambaia
55 – EC 510 Recanto das Emas
56 – EC 304 Norte
57- CAIC Assis Chatreaubriand Planaltina
58- CEF 16 Taguatinga
59- EC 405 Norte 
60- CEMJK Candangolandia
61 – CEIC Candangolandia
62- CEMEIT
63- Centrão Taguatinga
64- EC 02 Vicente Pires
65 – EC 65 Ceilândia
66 –  CED 02 RF 1
67 – EC 39 Taguatinga
68 – CEI 09 Taguatinga
69 – EC 303 São Sebastião.
70 – CEM  01 Sobradinho 
71 –  CEM 111 Recanto das Emas
72 – EC 12 Gama
73 – EC 59 Ceilândia 
74 – EC 47 Ceilândia
75 – EC 04 Paranoá 
76 – EC 01 Gama
77 – CEFAB
78- CEM 01 Guará
79 – EC O7 Guará
80 – CED 11 Ceilandia
81 – CEF Zilda Arns Paranoá
82 – CEE 01 Taguatinga

Outro lado

O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Educação sobre as questões apresentadas pelos educadores. A reportagem também perguntou sobre o balanço atual de pessoas infectadas nas escolas do DF. Mas a pasta se limitou a informar que prepara um sistema de monitoramento dos casos da Covid-19.

Leia a nota na íntegra:

“Está em fase de ajuste o sistema criado pela Secretaria de Saúde, no qual serão registrados e acompanhados os casos da Covid-19 na rede pública de ensino. A ferramenta de trabalho das secretarias de Saúde e de Educação será lançada em breve”.

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