Após vacinação, mortes de idosos com mais de 80 anos caem 24% no DF
Dados da Secretaria de Saúde mostram redução gradativa de óbitos na parcela da população que já recebeu o imunizante
atualizado
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O início da vacinação contra a Covid-19 da população acima de 80 anos no Distrito Federal já mostra redução no número de óbitos entre idosos dessa faixa etária. Segundo dados da Secretaria de Saúde (SES), em janeiro, último mês sem imunização, foram 101 mortes em decorrência do novo coronavírus entre octogenários ou cidadãos ainda mais velhos na capital. Em fevereiro, a quantidade caiu para 77.
Este público começou a ser vacinado no dia 1º de fevereiro. A diminuição de 24% pode ser ainda maior neste mês de março, que registrou média de 2,4 mortes de idosos acima de 80 anos por dia até a última quarta-feira (10/3), contra 2,75 falecimentos diários em fevereiro.
Para Adele Vasconcelos, médica intensivista do Hospital Santa Marta, a queda progressiva nos óbitos é explicada pela imunização, mesmo que parcial, desse segmento vulnerável da população na pandemia. “Eles não pararam de vir, mas os que estão vindo já são casos mais leves. Mesmo quem vacinou só a primeira dose já não apresenta um quadro tão ruim”, explica.
Dessa forma, são os mais jovens que passaram a ocupar as unidades de terapia intensiva (UTIs). Conforme o site InfoSaúde, da SES, a maioria dos internados atualmente tem entre 52 e 71 anos. “Normalmente, eles têm uma resistência maior, e a internação se torna mais prolongada. Isso deixa o leito ocupado por mais tempo e, por isso, vemos uma ocupação tão alta”, completa Adele.
Além dessa peculiaridade que leva a fila de espera por uma UTI de Covid-19 no DF chegar a 155 pacientes, a médica destaca que tem observado a doença mais agressiva nessas últimas internações. “Não dá para afirmar que são as novas cepas, pois isso precisaria de um estudo mais aprofundado, mas já sabemos que existem algumas circulando aqui pelo DF“, enfatiza.
Calvário por atendimento
Apesar dos bons resultados da vacinação, a Saúde do DF vem enfrentando dificuldade em atender tanto os pacientes contaminados pela Covid-19 quanto os acometidos por outras enfermidades. No Hospital Regional de Ceilândia (HRC), por exemplo, Bárbara Roncato acompanhava a sogra da irmã – Joaquina Gomes, de 81 anos. A idosa, além de estar com Covid-19, usa bolsa de colostomia e tem comorbidades para o novo coronavírus. Mesmo com a saúde frágil, dona Joaquina enfrentou horas por atendimento no HRC, na última quarta-feira.
Confira o relato:
Na espera também estava Beatriz Oliveira Machado, 53. Embora mais nova, ela se mostrava bastante abatida após o surgimento de sintomas da Covid-19. Moradora de Brazlândia, Beatriz e familiares chegaram ao HRC às 11h da quarta-feira (10/3) em busca de atendimento. À noite, ainda não tinham sido atendidos.
Veja mais sobre a espera no Hospital Regional de Ceilândia: