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Após quatro meses, bares e restaurantes do DF reabrem com poucos clientes

Estabelecimentos ensaiam retomada, mas grande parte dos empresários preferiu seguir de portas fechadas, apenas com delivery

atualizado

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Matheus Garzon/ Metrópoles
Reabertura de bares e restaurantes na Asa Norte
1 de 1 Reabertura de bares e restaurantes na Asa Norte - Foto: Matheus Garzon/ Metrópoles

O novo normal nos bares e restaurantes do DF, devido à pandemia do novo coronavírus, afastou clientes nesta quarta-feira (15/7), dia de reabertura das portas, após 117 dias de quarentena. Esses estabelecimentos precisam seguir uma série de regras, que serão fiscalizadas por agentes do Governo do Distrito Federal, se quiserem se manter em atividade. As medidas são para evitar que o número de infectados e mortos pela Covid-19 na capital do país cresça ainda mais.

Grande parte dos estabelecimentos comerciais da entrequadra 109/110 Norte, no Plano Piloto, optou por permanecer de portas fechadas, mesmo diante da autorização para a retomada econômica. Muitos preferiram continuar atendendo apenas por delivery. Com isso, o movimento ainda era tímido, no final da manhã e início da tarde do primeiro dia de reabertura desse tipo de comércio.

No restaurante Indian House, as novas normas foram colocadas em prática. Com menos mesas disponíveis, a casa se preocupou em manter o distanciamento não só na vertical mas também na horizontal. “Normalmente, a gente deixa uma mesa do lado da outra com um espaço para as pessoas passarem. Agora, vamos intercalar na diagonal”, explica Inácio Gonçalves, garçom do estabelecimento.

Outra medida de segurança adotada pelo local é a limpeza constante. Segundo o funcionário, mesmo com poucos clientes, todas as mesas serão higienizadas regularmente, além da oferta de álcool em gel. “Estamos na expectativa de que volte ao normal, mas também não fazemos questão de aglomeração. Nosso delivery também funciona bem”, afirma.

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A educadora ambiental Vanessa Coelho, 28 anos, foi a um restaurante de comida japonesa na Asa Norte, mas sem intenção de ficar no local. “Não concordo com essa reabertura. Como moro aqui perto, preferi só descer, pedir e levar de volta para casa”, conta.

Segundo a jovem, é melhor continuar evitando locais com muito movimento. “Quem puder ficar em casa, fica. Acho ótimo que o movimento hoje ainda esteja baixo. Evita a aglomeração”, frisa.

Regras rígidas

Entre as regras que precisam ser rigidamente obedecidas pelos comerciantes, está a limpeza das mesas. Ficou determinado que tudo seja rigorosamente higienizado antes e depois do uso dos clientes.

Outra exigência do governo para a retomada das atividades envolve a disposição das mesas, que devem ficar, no mínimo, a dois metros de distância umas das outras. Por mesa, apenas seis pessoas. Caso contrário, o estabelecimento corre o risco de ser multado e ter a permissão de funcionamento vetada.

Para evitar aglomeração, o funcionamento deve ser limitado a 50% da capacidade total do bar ou restaurante. Não será permitido música ao vivo em nenhum desses ambientes.

Os donos dos estabelecimentos comerciais devem, também, priorizar a ventilação natural do local, evitando, assim, o uso de ar-condicionado. Caso seja necessário, a manutenção e limpeza dos filtros devem ser feitas diariamente.

Cardápios também devem ser higienizados após o uso de cada cliente. Inclusive, o bar ou restaurante fica obrigado a revestir os menus com material que possa ser limpo com álcool após cada refeição.

“Preferencialmente, evitar que os clientes realizem o autoatendimento”, diz o decreto. O ideal, diz o documento, é que um funcionário devidamente paramentado sirva cada consumidor individualmente, uma vez que deve estar utilizando máscara, luvas e touca.

Os clientes também devem ter acesso a luvas descartáveis de plástico, ou, se possível, guardanapos de papel na entrada do buffet. Embalagens de condimentos, como ketchup e mostarda, também devem ser higienizados adequadamente após o uso de cada cliente.

Filas, tanto na hora da entrada quando no pagamento, devem ser evitadas. Porém, quando inevitável, o estabelecimento é obrigado a monitorar e cobrar o distanciamento social, de dois metros por cliente.

O cafezinho, na saída, está proibido. Itens de degustação comum também não são permitidos. Fiscais da Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde e da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal) farão rondas periódicas por todo o DF para garantir que todas as regras estejam sendo cumpridas.

Segundo o presidente do Sindhobar-DF, Jael Antônio da Silva, os estabelecimentos da capital vêm seguindo rigorosamente as regras do decreto e estão preparados para atender os seus clientes. “Acredito que, neste primeiro momento, o movimento vai ser mais lento, mas a maioria está reabrindo as portas. Cuidamos de tudo com esse objetivo. O Sindicato fez um apelo e precisamos do apoio tanto dos estabelecimentos como dos frequentadores para que eles voltem com responsabilidade e seguindo rigorosamente todas as nossas regras.”

Ainda segundo Jael, cerca de 30% dos bares e restaurantes da capital fecharam de vez. “Acreditamos que a minoria não retoma as atividades hoje ainda por alguma pendência, seja na recontratação ou na adequação do ambiente. Mas acreditamos que tudo vai dar certo.”

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