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Após denúncias, voluntárias recuperam acesso para ajudar animais na Zoonoses do DF

Grupo levava cães e gatos para tratamento médico, passeios e entregava alimentos e medicamentos. O serviço tinha sido interrompido

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
Cachorro
1 de 1 Cachorro - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Defensoras de animais recuperaram acesso ao Centro de Zoonoses do Distrito Federal para ajudar na recuperação de animais abandonados. Voluntariamente, o grupo tratava de cães e gatos, mas o órgão fechou as portas para o trabalho, colocando em risco a saúde e o bem-estar dos bichos. Após denúncias, a decisão foi suspensa.

O Metrópoles noticiou o drama, mostrando o sofrimento dos animais. Na segunda-feira (4/10), representantes do grupo participaram de uma reunião com o diretor da Zoonoses, Jadir Costa Filho, e a representante da Comissão de Proteção dos Animais da secional de Taguatinga da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ana Paula de Vasconcelos.

Vídeo revela situação de cão atropelado e do gato vítima de convulsões na Zoonoses:

De acordo com o grupo de voluntários, a Zoonoses só permite a retirada de animais em caso de adoção, dificultando a celeridade no atendimento. Por exemplo, na semana passada, um cão tigre estava urinando sangue. Apenas após os trâmites adotivos que pôde ser socorrido. O cachorro sofria de grave anemia.

Após a conversa, voluntárias recuperaram o acesso. “O trabalho já foi retomado hoje (5/10) e uma portaria será assinada nos próximos dias para que o todos os envolvidos tenham segurança jurídica”, contou Ana Paula. Além do saúde, o grupo de voluntárias trabalha para proporcionar dignidade para os animais.

A restrição do acesso das voluntárias causou indignação inclusive no meio político. A deputada distrital Júlia Lucy (Novo), por exemplo, ajudou a sensibilizar as autoridades. Segundo as voluntárias, a proibição da entrada do grupo coincidiu com a chegada do gerente Lauricio Monteiro Cruz.

As voluntárias levavam animais doentes para tratamento veterinário. A medida salvou vidas. Com a restrição, elas tiveram que adotar os bichos para retirá-los da Zoonoses. E apenas fazendo isso mantiveram, por exemplo, o cachorro tigre vivo. O grupo também entregava alimentos e medicamentos. Mas as doações foram interrompidas.

Veja fotos do Tigre:

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Outro lado

Por nota, a Zoonoses informou que está adequando as normativas internas. Segundo o órgão, apenas os voluntários que já estavam cadastrados pela Secretaria de Saúde (SES) estão com acesso e atuando no serviço junto à Zoonoses. Contudo a instituição negou, novamente, que tenha interrompido o acesso das defensoras dos animais.

O órgão não informou se as voluntárias poderão voltar a levar os animais para tratamento veterinário e fazer doações de alimentos e medicamentos para cães e gatos. A reportagem também perguntou quantos animais estão atualmente na unidade. A pergunta não foi respondida.

Leia a nota completa da Zoonoses:

O serviço nunca foi interrompido, como já foi informado anteriormente. O Serviço de Voluntariado é uma política da Secretaria de Saúde de Estado de Saúde. O processo de voluntariado no âmbito das ações da Gerência de Zoonoses precisa se adequar às normativas do fluxo correto que trata sobre o assunto. Por isso está passando pelas devidas adequações para que seja retomado tão logo possível dentro do que preconiza as portarias do voluntariado. Somente os voluntários que já estavam cadastrados pela SES estão tendo acesso e atuando no serviço junto à Zoonoses.

Compete à Gerência de Controle de Zoonoses o recolhimento de animais domésticos (cães e gatos) que possam oferecer risco à saúde da população, como disseminação de doenças. Não compete o recolhimento de animais em situação de rua sem vínculos zoonóticos. A Gerência de Zoonoses atua também em medidas preventivas e profiláticas, situações de vínculo epidemiológico e risco da Saúde Pública, tais como vacinação contra a raiva em cães e gatos, diagnósticos laboratorial de leishmaniose visceral ou raiva, além da identificação de espécies de importância em Saúde Pública.

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