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Após denunciar site que incita estupro na UnB, estudante brasiliense é alvo de vingança de autores do blog

Responsáveis pela página assinam publicações com o nome de Pedro Seixlack. Polícia Civil investiga o caso

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
mãos teclado
1 de 1 mãos teclado - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) investiga denúncia de um estudante brasiliense, cujo nome tem sido utilizado para assinar postagens no blog Reis do Camarote, que traz publicações que incitam o ódio a mulheres, gays e grupos feministas e fazem apologia à violência, ao racismo e ao estupro. Segundo Pedro Seixlack, de 22 anos, tudo começou depois que ele denunciou o conteúdo da página ao servidor.

De acordo com Seixlack, estudante de design gráfico, o responsável pela página teria ficado nervoso com a denúncia. “O problema foi que a empresa que hospeda o site me pediu para preencher um formulário com os meus dados e esse documento foi automaticamente enviado ao autor do blog”, contou ao Metrópoles.

Joelson Miranda/Metrópoles
*Arte: Joelson Miranda/Metrópoles**

 

A página era hospedada em um domínio norte-americano e, ainda de acordo com o estudante, a empresa teria suspendido a hospedagem após a denúncia, o que vem deixando a página instável. Segundo e-mails trocados entre o provedor e o estudante, o usuário foi banido permanentemente. Apesar disso, novos posts têm sido colocados no blog. O último data de 29 de janeiro.

Incitação
No início da polêmica envolvendo o site, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), da Polícia Civil do Distrito Federal, começou a apurar o caso. Com os novos desdobramentos, Seixlack registrou um boletim de ocorrência na 9ª DP, que trata o uso do nome nas publicações como incitação ao crime.

Vou deixar bem claro que não tenho nada a ver com esse site. Quando vi a página incitando o estupro, achei um absurdo. Esse cara não sabe do que está falando. Eu nem consegui ler o texto inteiro que ele postou em meu nome, é algo nojento.

Pedro Seixlack

Em nota, a Universidade de Brasília (UnB) afirmou que “considera inadmissível a apologia ao estupro e aos outros tipos de violência incitados pelo texto Como estuprar uma mulher na UnB: o guia definitivo e por outras postagens do site”.

“A Procuradoria Jurídica da UnB está formalizando denúncia contra a página, que será protocolada junto aos órgãos competentes de segurança pública e Justiça”, completou a nota.

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