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Alívio geral em Águas Claras após a captura de cobra

Animal foi encontrado perto do prédio onde vivia. Ibama deve multar dono entre R$ 500 e R$ 5 mil e condomínio vai aplicar multa de R$ 500

atualizado

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LUÍSA GUIMARÃES/METRÓPOLES
16.10.2018 cobra policia
1 de 1 16.10.2018 cobra policia - Foto: LUÍSA GUIMARÃES/METRÓPOLES

Depois da cobra, a calmaria. Esse é o sentimento dos moradores do condomínio Via Majestic, na Rua 28 de Norte, em Águas Claras, após a captura, na noite dessa segunda-feira (15/10), da jiboia arco-íris, em uma saga que movimentou a cidade durante 15 dias. De acordo com a Polícia Ambiental, o Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) vai multar o dono do réptil entre R$ 500 e R$ 5 mil.

Agora, a paz voltou a reinar na vizinhança. Sentimentos como estado de pânico, angústia e medo tomaram conta dos moradores do edifício devido ao sumiço do animal de estimação, que era de propriedade de um morador do 28º andar do Via Majestic. A cobra escapou por meio de uma parede de drywall. A jiboia, de cerca de 1,30m, foi flagrada saindo do prédio e acabou capturada em uma poça de água, na rua.

De acordo com a professora Angélica Lúcia Ramos, 39 anos, por volta das 21h, pediu que seu filho Alexandre, 15, fosse ao mercado. O garoto saía da portaria do prédio quando avistou a serpente, perto do edifício. Após o susto, comunicou ao porteiro. Em seguida, após tomar conhecimento, o subsíndico acionou a Polícia Ambiental. “Tenho mais dois filhos, de nove e sete anos. No começo, as crianças estavam preocupadas, mas a polícia deu palestras e instruções que nos tranquilizaram”, ressaltou a docente.

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Já o auditor Eduardo Bicalho, 48, pai de Daniel, 11, e Alessandro, 9, acordou todas as noites nas últimas duas semanas para checar se a serpente não estava enrolada no pescoço das crianças. “Por mais que a polícia tenha dito que ela não poderia fazer mal, acredito que a fome prevaleceria. Ficamos assustados”, revelou. O servidor público afirmou que o criador do réptil desrespeitou o estatuto do condomínio, que proíbe qualquer animal que comprometa a paz dos demais moradores. “A cobra tirou o nosso sossego. Por mais que seja dócil, ela representa um risco”, disse.

Um risco, aliás, que aterrorizava a aposentada Nila Fernandes, 63. A dona de casa descreve o período em que a cobra ficou solta como de pânico. “Por mais que a polícia tenha falado que ela era inofensiva, ficamos aterrorizados. Deixei as portas fechadas, mesmo no calor. E não quis que meus netos me visitassem por sentir medo. Foi um alívio saber que ela foi capturada. A primeira coisa que fiz foi abrir as portas e janelas para pegar um ar. As armadilhas estavam nos andares, mas ela foi achada fora do prédio. Não dava para ter certeza de onde ela estaria”, comentou.

O condomínio também deve aplicar uma multa de R$ 500 ao dono da cobra. O regimento interno do prédio diz que os moradores podem ter animais de pequeno porte, desde que não atrapalhem o sossego dos vizinhos.

O sargento Luciano Cunha, do Batalhão de Polícia Ambiental, explicou que as 10 armadilhas, feitas com galões de águas com funis e que continham ratos vivos, instaladas nos andares do condomínio foram retiradas nesta terça-feira (16).

A polícia fez três reuniões com os moradores para falar acerca do comportamento da jiboia. De acordo com a corporação, a cobra era acostumada com a presença humana e não apresentava risco a cães e gatos. O animal será enviado ao Centro de Triagem do Ibama e, dependendo da análise, poderá ser solto em uma área ecológica.

Trajetória
A cobra teria fugido no dia 30 de setembro após passar por uma abertura feita em uma parede de drywall do apartamento de seu proprietário, no 28º andar do Via Majestica. Durante todo o tempo em que o paradeiro do animal ficou desconhecido, os moradores do edifício mantiveram-se apreensivos.

Depois de a serpente ter aparecido, na última quarta-feira (10), no quarto do estudante Marcos Vinicius Abrantes, 16, e escapado em seguida, a Polícia Militar instalou as armadilhas com ratos nos acessos dos sistemas elétrico e hidráulico, que ligam 10 andares da estrutura.

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