Admiradores do DJ Jamaika se reúnem em Ceilândia para despedida do rapper
Velório terminou por volta das 15h30, quando caminhão dos bombeiros levou caixão com corpo do rapper em cortejo, de Ceilândia até Taguatinga
atualizado
Compartilhar notícia

A vida e a música do DJ Jamaika fizeram parte da história de incontáveis pessoas do Distrito Federal e de outras partes do país. Na tarde desta sexta (24/3), familiares, amigos e fãs do rapper se despediram do arista, que morreu na manhã de quinta-feira (23/3), aos 55 anos, vítima de um câncer na coluna.
O cantor se tornou ícone do rap e do movimento hip-hop brasiliense. O corpo do artista foi velado na Administração Regional de Ceilândia e enterrado no Cemitério de Taguatinga.
Por volta das 15h30, sob aplausos, um caminhão dos bombeiros deixou a sede da administração regional para levar o caixão do rapper, em cortejo, até o local do sepultamento.

Admiradores acompanharam carro do Corpo de Bombeiros que transportava ícone do rap brasiliense Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Corpo foi velado na Administração Regional de Ceilândia, às 13h; depois, seguiu para Taguatinga Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Enterro começou às 15h, depois da chegada de cortejo Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Quem passou por um dos dois locais para se despedir prestou homenagens ao músico

DJ Jamaika lutava contra um câncer na coluna e estava internado no Hospital do Paranoá Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Amigos, familiares e fãs fizeram corredor para passagem de cortejo do caixão com corpo do DJ Jamaika Foto: Breno Esaki/Metrópoles
O velório começou às 13h, apenas para pessoas próximas. Às 14h, a Administração Regional de Ceilândia abriu para admiradores do DJ Jamaika se despedirem do cantor. Por volta desse horário, fãs organizaram uma fila e aguardaram para dar o último adeus ao ídolo. A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), passou pelo local e prestou homenagem ao artista.
Luiz Carlos Silva, 39 anos, aguardava para se despedir do ídolo. “DJ Jamaika fez parte da minha infância, da juventude. Cresci e moro aqui em Ceilândia e, desde pequeno, sempre escutava o som dele”, relatou o motorista de transporte por aplicativo.
Com um boné com a palavra “Ceilândia” escrita, Luiz Carlos comentou que, apesar do sucesso do DJ Jamaika na região, onde começou a carreira, a morte do músico representa grande perda para a cultura de todo o Distrito Federal.
“[Por meio da música,] ele contava tudo o que acontecia na quebrada. Representava a galera de Ceilândia, da Chaparral. Estou aqui porque preciso prestar uma última homenagem para o cara mesmo. Ele era fera”, elogiou o motorista.

Jefferson da Silva Alves nasceu em Taguatinga, em 28 de outubro de 1967, mas começou a carreira em Ceilândia Breno Esaki/ Metrópoles

No perfil oficial do rapper, nas mídias sociais, nota anunciou a morte do músico Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Ele lutava havia anos contra um câncer na coluna e estava internado no Hospital do Paranoá Foto: Breno Esaki/Metrópoles

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), prestou homenagem ao rapper Breno Esaki/ Metrópoles

Artistas, fãs e políticos lamentaram a morte da lenda do rap brasiliense Breno Esaki/ Metrópoles

Esposa e filha se emocionam ao falar de Jamaika em velório Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Morte foi confirmada por amigos e fãs, que postaram homenagens ao artista nas redes sociais dele Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Pioneiro do hip-hop brasiliense, DJ Jamaika liderou o grupo de rap Álibi, com o irmão Kabala Breno Esaki/ Metrópoles

DJ Jamaika morreu nessa quinta-feira (23/3), aos 55 anos Breno Esaki/ Metrópoles
Amigos de infância
O DJ Orlando Mixer, 50, cresceu com DJ Jamaika, na M Norte, em Taguatinga. Posteriormente, a música do rapper marcou a vida do amigo, que se lembra com entusiasmo de momentos importantes da carreira do colega. Entre eles, a abertura de um show dos Racionais MC’s.
À época, a música Tô Só Observando se tornou um sucesso, e a carreira do DJ Jamaika começava a deslanchar. “Em São Paulo, ele era ovacionado. Aqui [no Distrito Federal], sem comentários. Todo carro que passa por aí tem alguém escutando Tô Só Observando. É indescritível”, comentou Orlando.
“A gente sempre ia nas baladas, saía com a rapaziada. Eu me lembro da Rodoviária [do Plano Piloto], do pastel, do caldo de cana, de altas paradas que a gente fez junto. É uma perda enorme”, lamentou o amigo de infância do DJ.
Wellinton Neves, 52, conheceu o DJ Jamaika quando tinha 15 anos. Os dois se viram pela primeira vez no Ginásio Bernardo Sayão, em Taguatinga, onde moradores da região se reuniam para celebrar a cultura hip-hop.
O DJ Jamaika, com 23 anos à época, tinha estilo “carismático e muito inteligente”, segundo o servidor público. “Ele era um cara com a cabeça voltada para a cultura e a música. Usava isso para juntar e fazer amigos”, contou Wellinton.
Emocionado, o amigo acrescentou: “O Jamaika me aconselhou bastante durante toda minha vida. Ele me ensinou a valorizar meu povo, minhas origens e minha família. E contava verdades nas músicas dele, sempre em prol do próximo”.

DJ Jamaika morreu aos 55 anos Reprodução/Redes Sociais

Morte foi confirmada por amigos e fãs do cantor Reprodução/Redes Sociais

DJ Jamaika lutava contra um câncer havia anos Reprodução/Redes Sociais

Jefferson da Silva Alves nasceu em Taguatinga, em 28 de outubro de 1967, mas começou carreira em Ceilândia Reprodução/Redes Sociais

Pioneiro do hip-hop brasiliense liderou grupo de rap Álibi, com o irmão Kabala Reprodução/Redes Sociais
Trajetória
Jefferson da Silva Alves nasceu em Taguatinga, em 28 de outubro de 1967, mas começou a carreira em Ceilândia. Pioneiro do hip-hop brasiliense, liderou o grupo de rap Álibi, com o irmão Kabala.
Tô Só Observando, Rap do Piolho e 2 Maluco num Opala 71 são alguns do hits do DJ que o tornaram nacionalmente conhecido.
Ver essa foto no Instagram
O rapper lançou ao menos sete álbuns na carreira; entre eles: Utopia — Se Fosse Sempre Assim…, de 1998; De Rocha, de 1999; Pá Doido Pirá, de 2000; Antídoto, de 2002.
Em 2003, o DJ lançou a coletânea Dub Remix. Os títulos Evangelôco e Álibi para a Morte estrearam em 2008.
Dj Jamaika, descanse em paz! muito triste! 🙏🏽 pic.twitter.com/cV7srWIGSO
— Zegon (@zegon) March 23, 2023
Em 2002, com a carreira no rap consolidada, DJ Jamaika mudou de segmento e passou a compor para o meio gospel. Apesar da mudança, além de conquistar um novo público, o artista seguiu com sucesso entre os antigos fãs.
Em 8 de março, o rapper lançou o videoclipe da música A Chuva, último trabalho divulgado por ele (assista abaixo).