Acusado de terrorismo esteve no Senado e aplaudiu fala contra Moraes

George Washington de Oliveira, preso após montar bomba em caminhão, estava em audiência que foi palco de manifestações bolsonaristas

atualizado 27/12/2022 10:29

Suspeito de terrorismo esteve no Senado e aplaudiu fala contra Moraes Reprodução/TV Senado

George Washington de Oliveira Sousa, o bolsonarista preso após armar uma bomba num caminhão-tanque que iria para o Aeroporto de Brasília, esteve no Senado Federal participando de audiência pública em novembro deste ano. O evento serviu de palco para manifestações de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), como o deputado federal Daniel Silveira (PTB), que foi aplaudido por George quando chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de cafajeste, frouxo e covarde.

A audiência ocorreu em 30 de novembro, para discutir “a fiscalização das inserções de propagandas políticas eleitorais”, sob convocação do senador Eduardo Girão (Podemos). O acusado de planejar um atentado terrorista estava nas cadeiras do auditório, ao lado de figuras como o deputado federal eleito por Goiás, Gustavo Gayer (PL). Veja um trecho da transmissão:

Quem também estava no Senado naquele dia era Alan Diego dos Santos Rodrigues, apontado por George como um dos envolvidos na tentativa de atentado em Brasília. Ele chegou a transmitir parte do evento no Instagram.

George Washington de Oliveira Sousa tem 54 anos, é do Pará e viajou para Brasília em uma caminhonete, transportando duas escopetas de calibre 12; dois revólveres calibre 357; três pistolas; um fuzil calibre 308; mais de mil balas de diversos calibres e cinco bananas de dinamite. Ele foi preso na véspera de Natal por arquitetar atentados e tentar explodir uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.

O empresário tinha registro de caçador, atirador e colecionador (CAC) desde 2021. Ele disse em depoimento à polícia que se motivou a comprar as armas pelas “palavras do presidente [Jair] Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil”.

Em depoimento à Polícia Civil do DF (PCDF) George Washington afirmou ter vindo para a capital do país “preparado para guerra”, e disse que aguardava uma “convocação do Exército”, pois é um “defensor da liberdade”. Ele se declara apoiador do atual presidente.

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