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“Achei que era terremoto”, diz mulher sobre cratera na Asa Sul

Testemunha estava em casa perto do local do acidente. Quatro carros foram engolidos e donos dos veículos falaram ao Metrópoles sobre o susto

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
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1 de 1 carro-desaparecido - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A cratera que se abriu em uma obra na 709/909 Sul durante as fortes chuvas desta terça-feira (10/12/2019) assustou pacientes de clínicas médicas nos prédios adjacentes, funcionários e frequentadores da região. Segundos antes de o terreno ceder, testemunhas relatam ter sentido o chão tremer e, depois, escutar um estrondo. Quatro carros foram engolidos pelo buraco, mas ninguém ficou ferido.

“Achei que era terremoto e agarrei a primeira coisa que eu vi”, contou Zilda Anenceto, 65 anos. Ela estava no trabalho, em uma casa no Bloco I da 709 Sul, quando aconteceu o deslizamento.

As pessoas que estavam no Biocenter, prédio vizinho à obra, foram as que mais perceberam o tremor, como afirma a secretária Jaqueline Martins, que trabalha no local. “Primeiro, senti o prédio balançar. Depois, houve um barulho estrondoso. Então, os próprios funcionários passaram chamando todo mundo para sair do prédio.”

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, os prédios do Biocenter e da Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape), ao lado do local onde ocorreu o deslizamento, foram evacuados.

A Defesa Civil também interditou parte da área para manter um perímetro de segurança. O espaço isolado abrange o estacionamento comum aos três prédios que estão nos arredores da cratera, que, segundo os bombeiros, tem cerca de 10 metros.

Não havia ocupantes nos veículos que caíram no buraco e nem funcionários trabalhando no momento do desmoronamento.

Donos dos carros

Larissa Zarur foi uma das proprietárias que tiveram seu veículo, um HB20x, engolido pelo buraco. Ela estava em uma consulta médica quando soube que o carro havia caído no vão da obra. “Eu saí quando a chuva diminuiu e, quando vi, já estava dentro do buraco com os outros carros. Ele tem só um ano de uso e estamos tentando resolver agora com o seguro.”

O veículo do advogado Alisson Santiago, 27, também caiu no local. Apesar do transtorno de perder o Hyundai Sonata Prata, ele disse estar aliviado por não ter sido vítima do acidente. “É a segunda vez que venho aqui acompanhar minha esposa na consulta médica. Na outra vez, precisei ficar no carro, aqui é ruim de estacionar. Graças a Deus hoje consegui estacionar e sair do carro. Foi um alívio saber que não estava dentro quando caiu.”

Outra mulher que teve o carro tragado foi uma aposentada que semanalmente vai ao instituto Júlio Adnet, um dos complexos perto do local do incidente, para tratamentos médicos. “É muito difícil achar vaga, mesmo sendo idosa. Vim com meu marido para uma consulta e, ao voltar, meu carro tinha sido engolido pelo buraco”, contou a mulher, que tem um Honda HR-V. Ela pediu para não ter o nome divulgado.

O carro da representante farmacêutica Luciana Sandoval, 46 anos, ficou a poucos centímetros de cair no buraco que se expandiu com a força da chuva. “Foi um alívio ver tantos profissionais retirando meu carro dali e saber que eu vou para casa com ele intacto. Mas o melhor é saber que ninguém se feriu”, disse.

Como trabalha na região, Luciana sempre estaciona nas redondezas e conta que, antes das obras, havia algumas vagas que foram tomadas pelo cercamento da construção. “Todo mundo parava do lado do alambrado, aparentemente não havia nenhum problema. Agora vou pensar duas vezes antes de parar perto de obras, árvores, poste. Acaba que fica sem opção.”

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Águas pluviais

Segundo o tenente Walmir Oliveira, do Corpo de Bombeiros, houve a ruptura de uma tubulação de águas pluviais, a água encharcou o solo e provocou excesso de carga no muro de contenção.

“Os carros estavam estacionados ao longo do tapume, o que é uma situação completamente corriqueira. Quando o terreno cedeu, os veículos caíram. Até o momento, conseguimos identificar três proprietários e, a princípio, não há vítimas.”

A empreiteira responsável pela obra, D&B Construtora e Incorporadora, se manifestou por meio do engenheiro da obra, Carlos Medeiros. “A empresa já tem mais de 30 anos de atividade e mais de 200 obras no Distrito Federal. Trabalhamos como sempre fizemos e, em todo esse tempo, nunca tivemos problemas desse tipo”, disse. Medeiros acrescentou que será erguido um centro clínico no local.

Veja vídeos:

A Defesa Civil orienta a população a evitar a W4 e a W5 na altura da 709/909 e pediu ao Departamento de Trânsito (Detran-DF) a redução do tráfego para evitar sobrepeso na W4. Também por determinação do órgão, o expediente de estabelecimentos que ficam próximos ao local foi encerrado mais cedo.

A rua em frente ao buraco permanecerá isolada até a liberação pela Defesa Civil. A empresa foi notificada e deverá começar os reparos na estrutura nesta quarta-feira. “Esses reparos terão de ser feitos não só para corrigir, como para evitar novos danos”, disse o tenente Walmir Oliveira, do Corpo de Bombeiros.

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