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Não se enganem: estamos diante de uma aposta no caos

Os bloqueios em estradas são uma tentativa de criar uma crise para que Bolsonaro reaja como sempre quis. É preciso não morder a isca

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
bloqueio caminhoneiros luziania 2
1 de 1 bloqueio caminhoneiros luziania 2 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O momento é sensível. É preciso agir com inteligência e serenidade, porque escalar a crise é justamente o desejo dos que apostam no caos.

Claro está que os militantes bolsonaristas que fecham estradas e organizam manifestações em várias partes do país agem para provocar uma reação que lhes dê a chance de avançar na desordem.

Estão, evidentemente, em busca de motivos para que Jair Bolsonaro — o ainda presidente que está encastelado no Alvorada e 36 horas depois do resultado não reconheceu a derrota nas urnas — adote as medidas com as quais ele sempre sonhou, como colocar militares nas ruas em uma eventual situação de desordem social.

Se isso acontecer, pode ser o começo de um processo cuja sequência é difícil prever.

Sim, é preciso que as instituições republicanas — entre elas, o Supremo Tribunal Federal — atuem para conter o abuso patentemente antidemocrático dos protestos, mas é fundamental ter em vista que os incendiários querem justamente um cenário de conflito.

Outra medida necessária e urgente é identificar a cadeia de comando desse movimento. É de Brasília que estão partindo as ordens? Quem são os cabeças? Há, na ponta da linha, orientação e incentivo de gente do atual governo? São inquietantes as imagens de agentes da Polícia Rodoviária Federal, uma corporação sabidamente dominada por bolsonaristas, afagando os manifestantes — a delicadeza, aliás, faz lembrar aquela com a qual foi tratado Roberto Jefferson logo após disparar tiros e granadas contra policiais federais, no domingo anterior às eleições.

Evidente está que querem confusão para, a partir daí, fazerem mais confusão e mergulharem o país em um horizonte de incerteza. É preciso reagir, sim, mas com sabedoria, sem morder a isca.

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