Alunos de Marçal o inocentam em processo sobre tentativa de homicídio
Candidato a prefeito, Pablo Marçal foi inocentado por 13 alunos em depoimentos recém-prestados à Polícia Civil de SP em inquérito criminal
atualizado
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Em depoimentos prestados à Polícia Civil, 13 ex-alunos de Pablo Marçal inocentaram o empresário no caso do Pico dos Marins. O ex-coach é alvo de um inquérito por tentativa de homicídio privilegiado por ter levado um grupo de cerca de 30 pessoas para a escalada em meio ao mau tempo, obrigando o Corpo de Bombeiros a fazer um resgate. As oitivas ocorreram nesta segunda-feira (2/9) e na última quinta (29/8), viabilizadas pela advogada de Marçal, Alline Rizzie Coelho Oliveira Garcia.
De acordo com esses aprendizes de Marçal, a ideia de subir o Pico dos Marins, cujo cume fica a 2,4 km de altitude, foi coletiva. “Não teve organização, foi um passeio entre amigos”, disse Marcos Paulo de Oliveira no depoimento ao qual a coluna teve acesso. “Ninguém pediu para eu ir, pelo contrário. Pediram para eu até não ir, tomar cuidado, por eu ser mulher. Ninguém me obrigou a ir”, prosseguiu Thamyres de Sá também em relato à polícia.
A atuação direta da advogada de Pablo Marçal para a coleta dos depoimentos foi destacada pelo delegado responsável pelo caso. “Enfatizo que as oitivas das pessoas acima foram acompanhadas pela Doutora Allinne Rizzie Coelho Oliveira Garcia. A advogada em questão fez o primeiro contato com as pessoas já nominadas, todas na condição de testemunhas e viabilizou as suas oitivas por videoconferência”, pontuou o policial.
Apesar de os depoimentos contarem a favor de Marçal, investigadores também levam em consideração um vídeo no qual o ex-coach encoraja os aprendizes a não desistirem da trilha, mesmo com vendavais e baixa visibilidade na região montanhosa. “Se você é uma pessoa que não corre risco, dificilmente irá governar, chegar no topo. Na nossa subida na montanha, corremos muito risco. Quem não quer correr [risco], fica em casa vendo os stories”, disse o empresário.
Durante a trilha, pessoas do grupo passaram mal e algumas precisaram de atendimento médico. Por isso, Marçal se tornou alvo do inquérito por tentativa de homicídio privilegiado, quando o ato é atenuado por ter sido cometido sob fortes emoções.
A pena por homicídio é reclusão de seis a vinte anos. Mas, de acordo com o Código Penal, se “o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima”, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Em julho, a Polícia Civil de Piquete, cidade onde o caso ocorreu, pediu mais 90 dias para finalizar os trabalhos. Dessa forma, o inquérito contra o candidato à Prefeitura de São Paulo deve ser concluído até outubro deste ano, ou seja, pode ter um desfecho próximo à eleição municipal.
Alvo preferencial
Às vésperas da divulgação de uma nova pesquisa Datafolha, Pablo Marçal dobrou a aposta na estratégia de polemizar e protagonizou brigas contra adversários no último debate, realizado nesse domingo (1º/9) pela TV Gazeta e o canal MyNews.
O tom de provocação tornou o empresário o maior alvo de ataques dos adversários Guilherme Boulos (PSol), Ricardo Nunes (MDB), José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB).