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Quem são os 5 aliados de Bolsonaro presos pela PF

Ex-assessores, militares e presidente do PL foram presos na operação que investiga aliados de Bolsonaro por suposto plano de golpe de Estado

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Foto colorida de Bolsonaro com mãos nas cabeça e fundo da bandeira do Brasil -- Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de Bolsonaro com mãos nas cabeça e fundo da bandeira do Brasil -- Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Cinco aliados de Jair Bolsonaro acabaram presos pela Polícia Federal (PF) no âmbito da operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira (8/2). Valdemar Costa Neto, Bernardo Romão Corrêa Neto, Rafael Martins de Oliveira, Filipe Garcia Martins Pereira e Marcelo Costa Câmara são investigados por participação no suposto plano de golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022.

Valdemar Costa Neto é presidente nacional do PL, partido de Bolsonaro. Inicialmente, ele seria alvo de mandados de busca e apreensão executados pela PF. No entanto, os agentes encontraram uma arma em sua residência, e Costa Neto acabou preso por posse ilegal

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No final de 2022, o presidente do PL se posicionou contra o plano de golpe e se recusou a contestar judicialmente a diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como queria Bolsonaro. Costa Neto deve ser libertado ainda nesta quinta-feira, ao contrário dos demais aliados do ex-presidente. 

O coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto foi assistente do Comando Militar do Sul e foi designado, no dia 31 de dezembro de 2022, último dia do governo Bolsonaro, para missão em em Washington, nos Estados Unidos, com todas as despesas pagas pelo Exército. Uma vez que a missão se estende até 2025, Corrêa Neto está fora do país e é considerado foragido pela PF.

De acordo com as investigações, o coronel atuava no trabalho de disseminação de notícias falsas para minar a credibilidade do processo eleitoral e no convencimento de militares e civis à adesão ao plano de golpe de Estado.

O major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira foi preso no Batalhão do Exército em Niterói, onde exercia o cargo de comandante. O militar teve várias conversas com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, sobre o planejamento do suposto golpe de Estado.

As conversas foram incluídas na decisão que determinou sua prisão e o cumprimentos dos demais mandados da operação Tempus Veritatis. Nelas, Oliveira e Cid discutem o financiamento e a organização de atos antidemocráticos.

“O major Rafael Martins de Oliveira atuou de forma direta no direcionamento dos manifestantes para os alvos de interesses dos investigados, além de realizar a coordenação financeira e operacional para dar suporte aos atos antidemocráticos e arregimentar integrantes das Forças Especiais do Exército, para atuar nas manifestações que, em última análise, não se originavam da mobilização popular”, observou a Procuradoria Geral da República (PGR) no pedido de prisão do militar.

Ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins é apontado pela Polícia Federal como um dos autores da “minuta do golpe” encontrada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em janeiro de 2023.

De acordo com a PF, Martins foi o responsável por levar a minuta de decreto do Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a Bolsonaro e por arregimentar juristas para fazerem as alterações solicitadas pelo então presidente.

Em 2021, o ex-assessor foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por ter reproduzido, durante audiência pública no Senado, um gesto usado por grupos racistas de supremacia branca dos Estados Unidos.

Ao contrário de outros ex-assessores de Bolsonaro, Martins não foi nomeado para nenhum cargo público após o fim do governo. Ele também se ausentou de suas redes sociais e não mantém contato com ex-colegas da Presidência.

O coronel Marcelo Costa Câmara foi assessor especial de Bolsonaro durante o governo. Hoje é segurança do ex-presidente, contratado pelo PL. Em maio de 2023, foi alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito das investigações sobre a fraude no cartão de vacina de Bolsonaro.

No planejamento do suposto plano de golpe de Estado, de acordo com a PF, Câmara atuava no núcleo de “inteligência paralela”, com o monitoramento de autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em conversa com Mauro Cid no dia 15 de dezembro de 2022, Câmara detalha o itinerário de Moraes. “Viajou para São Paulo hoje (15/ 12), retorna na manhã de segunda-feira e viaja novamente pra SP no mesmo dia. Por enquanto só retorna a Brasília pra posse do ladrão. Qualquer mudança que saiba lhe informo”, disse o militar.

No total, a PF cumpriu nesta quinta-feira 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares incluindo a proibição de contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, a entrega dos passaportes e a suspensão do exercício de funções públicas.

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