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A mensagem cheia de nuances de Bolsonaro a manifestantes nos quartéis

A mensagem repleta de nuances de Jair Bolsonaro a manifestantes nos quartéis e a sinalização que o presidente tentou passar ao Judiciário

atualizado

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Milena Carvalho/ Metrópoles
Apoiadores de Bolsonaro em Brasília assistem live do presidente derrotado vestidos de verde e amarelo - Metrópoles
1 de 1 Apoiadores de Bolsonaro em Brasília assistem live do presidente derrotado vestidos de verde e amarelo - Metrópoles - Foto: Milena Carvalho/ Metrópoles

Em live nesta sexta-feira (30/12), Bolsonaro se dirigiu a apoiadores com uma mensagem repleta de nuances. Ao mesmo tempo em que se desvinculou das manifestações nos quartéis ao dizer que “não tinham líder”, justificou que tentou “alternativas” para contestar as eleições mas “não teve apoio”.

O pronunciamento ocorreu um dia após a coluna mostrar que Bolsonaro foi aconselhado a retomar lives.

Bolsonaro tentou, na transmissão, equilibrar-se para conseguir afagar manifestantes sem que se metesse em novos problemas com a Justiça. Disse que se recolheu e não participou dos protestos nos quartéis. Por outro lado, ressaltou a importância das manifestações dizendo que “passaram uma mensagem para o mundo”.

Bolsonaro introduziu o assunto citando a multa de R$ 22,9 milhões aplicada por Alexandre de Moraes quando o PL, partido do presidente, contestou o resultado das urnas. Disse que a atitude do TSE suscitou protestos e, a certa altura, deu um recado.

“Tem gente que deve estar chateada comigo. (Pensa) que eu devia ter feito alguma coisa. Qualquer coisa. Digo: para se conseguir certas coisas, mesmo dentro das quatro linhas, você tem que ter apoios. Não é pegar a Bic e assinar. Entendo que fiz a minha parte. Agora, certas medidas têm que ter apoio do parlamento, de outros órgãos, de outras instituições. O caminho não é fácil”, justificou Bolsonaro.

Nas entrelinhas, o presidente passa a mensagem de que buscou caminhos para tentar permanecer no poder. Como a coluna mostrou ao longo dos últimos dias, Bolsonaro perdeu o apoio de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e tampouco conseguiu a adesão dos comandantes das Forças Armadas para invocar o artigo 142.

“O mundo não acaba em primeiro de janeiro. Vamos para o tudo ou nada? Não! Não tem tudo ou nada. Inteligência”, explicou-se.

Bolsonaro reforçou o descontentamento com a atuação do Tribunal Superior Eleitoral nas eleições, mas, em tom mais ameno que o habitual, evitou novos atritos com o Judiciário:

“Isso (atuação do TSE) trouxe uma massa de pessoas nas ruas protestando. E essa massa atrás de segurança foi para os quartéis. Eu não participei desse movimento. Eu me recolhi. Não falei sobre o assunto para não tumultuar mais ainda. O que houve pelo Brasil foi uma manifestação do povo. Não tinha liderança. Não tinha ninguém coordenando. Um protesto pacífico, ordeiro. E tem que ser respeitado”, afirmou.

Em suma, Bolsonaro buscou se explicar a apoiadores, mas muita gente em seu entorno teme que o pronunciamento tenha ocorrido de forma tardia.

Bolsonaro ultimo discurso 04
Bolsonaro em sua última live antes de deixar a Presidência

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