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O papel dos influenciadores em meio às fake news na tragédia do RS

Apoio às vítimas ou disseminação de informações falsas: como as atitudes de pessoas influentes podem desafogar as redes sociais

atualizado

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Antonio Valiente/Anadolu via Getty Images
destruição e rua submersa após forte enchente atingiu Roca Sales, Rio Grande do Sul
1 de 1 destruição e rua submersa após forte enchente atingiu Roca Sales, Rio Grande do Sul - Foto: Antonio Valiente/Anadolu via Getty Images

Mais de um milhão de pessoas foram afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Diante de um cenário desolador, com milhares de pessoas desabrigadas e o crescente número de mortos e desaparecidos após as fortes chuvas, toda ajuda é bem-vinda. Em um contexto de crise como o da tragédia que afeta a população do Rio Grande do Sul, o papel dos influenciadores digitais é extremamente relevante.

São pessoas que, com o poder de influência que têm, podem ajudar a socorrer, organizar mutirões e direcionar a distribuição de ajuda, mas também podem atrapalhar e até causar novas vítimas, espalhando informações falsas e fora de contexto. A ocasião nos leva a questionamentos bastante oportunos: será que os influenciadores que você segue sabem identificar fake news? Você acha que eles poderiam se enganar e passar um golpe adiante? Eles estão preparados para atuar em uma situação de crise como essa?

São muitos os influenciadores que têm usado o seu alcance para aumentar a visibilidade da tragédia, compartilhando informações seguras sobre doações e formas concretas de ajudar a população do Rio Grande do Sul. Mas tem sido grande também o barulho ocasionado por influenciadores que estão fazendo um mau uso dos seus perfis em redes sociais, compartilhando informações falsas, muitas de cunho político e social, que têm atrapalhado a chegada de ajuda aos desabrigados.

O coach Pablo Marçal, que foi pré-candidato a presidente da República em 2022, publicou de forma veemente a informação falsa de que estavam impedindo a entrega de doações no estado, por causa de uma suposta falta de nota fiscal dos itens, informação que foi desmentida publicamente pelo coronel Douglas Soares, sub-comandante geral da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Essa é uma das muitas mentiras que vêm dificultando o trabalho dos que estão atuando no resgate dos afetados pelas chuvas e enchentes.

Há ainda uma onda negacionista que não relaciona a tragédia às mudanças climáticas, e reforça que a única ajuda está partindo de instituições privadas, e não do governo, ignorando toda a articulação que vem sendo feita pelo governo federal e do estado, com apoio de agentes públicos. Teorias da conspiração perigosas relacionam o caso a possíveis “castigos divinos”, permeando a internet com discursos tomados por ódio e intolerância religiosa.

Em situações extremas como a que ocorre agora no Sul do país é comum surgirem fake news, golpes e teorias da conspiração. Isso ocorre porque há quem, mesmo em meio à tragédia, queira ter ganho político e ou financeiro ocultando informações essenciais e incitando o caos. O Metrópoles elencou algumas das principais mentiras que estão circulando. As agências Lupa e Aos Fatos estão fazendo análises e checagens super rápidas e eficientes, com o intuito de frear o avanço da desinformação em torno das enchentes.

Mas no meio dessa maré de desinformação há bons exemplos também. Influenciadores digitais do Rio Grande do Sul têm ajudado a evitar a propagação de fake news recomendando o consumo de notícias das rádios locais, para quem está sem acesso à energia e à internet, por meio de rádios de pilha, e a distribuição de conteúdos de agências de checagem com informações apuradas. Uma coalizão formada por mais de 80 influenciadores e empresas de várias partes do país arrecadou mais de R$ 50 milhões às vítimas. O humorista Whindersson Nunes, por exemplo, está auxiliando na distribuição de mantimentos com drones. Já Felipe Neto viabilizou a compra de 220 purificadores que vão tornar potável a água da própria enchente. Ambos fazem parte da coalizão, que inclui ainda o vencedor do BBB 24, Davi Brito, além de Bianca Rosa e Tatá Werneck.

Cenários extremos nos apresentam quem, de fato, vale o nosso engajamento. Agora é hora de se perguntar se as pessoas que você segue têm feito um bom uso da sua influência e têm tido um comportamento responsável nas redes sociais. Aqui vão algumas dicas que podem te ajudar nessa avaliação:

Observe a fonte da informação. Verifique se o perfil está publicando o conteúdo de organizações confiáveis que estão de fato envolvidas no apoio às vítimas;

Não se deixe enganar. Busque nas agências de checagem ou faça uma verificação no Google e em portais de notícias se as notícias que estão sendo divulgadas são verdadeiras. Em situações extremas, é comum utilizarem imagens e vídeos de outras tragédias, tiradas de contexto, para promover o pânico e o caos;

Cuidado com teorias da conspiração. Em casos de pânico, como a incidência de fortes chuvas, secas e queimadas, sempre surgem teorias da conspiração sobre “castigo divino” e “fim do mundo”, sem embasamento em fontes confiáveis. Observe se o influenciador que você segue tem promovido esse tipo de conteúdo, que muitas vezes vem carregado de intolerância religiosa e discurso de ódio.

Cuidado com golpes financeiros. Há golpistas usando vídeos reais de influenciadores para pedir doações em links falsos. Tenha cuidado ao acessar links suspeitos de pagamentos e verifique todos os dados da instituição de destino antes de efetuar qualquer transferência bancária.

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