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A mediocridade não basta para Lula. Ele precisa ser pequeno

O oportunismo é irmão da pequenez, e a tragédia no Rio Grande do Sul proporciona a que Lula mostre o quão oportunista e pequeno ele é

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Ricardo Stuckert/Presidência da República
Imagem colorida de Lula sobrevoando Porto Alegre - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Lula sobrevoando Porto Alegre - Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O oportunismo é irmão da pequenez, e a tragédia no Rio Grande do Sul proporciona a que Lula mostre o quão oportunista e pequeno ele é.

Depois de atentar tardiamente para a hecatombe que vitimou os gaúchos — relembremos sempre que ele estava mais preocupado em fazer propaganda antecipada para Guilherme Boulos, o seu candidato a prefeito de São Paulo —, Lula esteve duas vezes no Rio Grande do Sul.

Lá, ele cumpriu o roteiro basicão: anunciou medidas emergenciais (preparem-se para esbórnia fiscal), fez discurso de solidariedade e disse as suas enormidades, como a de que os gaúchos gostam mais de trabalhar do que os outros por causa do seu DNA.

Até aí, ele foi só medíocre. Mas a mediocridade não basta para Lula, é preciso que ele seja menos do que isso, como na entrevista de hoje concedida a rádios.

Lá pelas tantas, ele afirmou: “Eu lembro quando teve a cheia na Bahia, em 2022. Eu lembro que o presidente da República estava passeando em um jet ski em Fernando de Noronha e não se preocupou. Eu lembrei esse caso para chamar a atenção para o seguinte: ainda tem muita fake news contando mentira sobre o Rio Grande do Sul, desmerecendo as pessoas que estão trabalhando”.

Lula não teve o pudor de usar a tragédia no Rio Grande do Sul para comparar-se a Jair Bolsonaro. Como se a omissão do presidente anterior justificasse a sua própria lentidão para perceber o tamanho da calamidade gaúcha.

A fala de cunho eleitoral, para eventualmente ser usada em campanha, foi completada pela mentira de que ele só abordou o episódio com Jair Bolsonaro porque fake news estariam “desmerecendo as pessoas que estão trabalhando”. 

A que o presidente da República está se referindo? À crítica de que governo nenhum está preocupado com os efeitos extremos das mudanças climáticas? À sua própria demora em reagir às enchentes que devastaram dois terços do Rio Grande do Sul?

Os brasileiros de todas as partes do país estão mostrando uma solidariedade comovente com o Rio Grande do Sul, apesar de militantes petistas terem ido às redes sociais para apontar o dedo contra um estado que, veja só o pecado, não ajudou a eleger Lula. 

Não sua ignomínia, eles culparam os defensores do Estado mínimo, do “neoliberalismo”, que é como a esquerda passou a chamar o capitalismo depois da Queda do Muro, pela falta de prevenção a desastres ambientais anunciados. Sabe como é, esse pessoal da direita é negacionista climático.

Balela pura. Ninguém tem plano para enfrentar seja o que for. Se você não nega o aquecimento global e não toma medidas preventivas para mitigar os seus efeitos, que diferença faz em relação a quem nega? No Brasil, o descaso e a incompetência não são atributos exclusivos de um lado político. Como já disse, somos governados por uma gente impiedosa e amadora. E oportunista, e pequena. A tragédia no Rio Grande do Sul não nos ensinará nada.

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