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Podcasts: ainda há espaço para inovação nessa mídia?

Ainda pouco explorado, o recurso do áudio pode ser melhor utilizado por empresas e serviços, avalia Claudio Mifano, CEO da Livance

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1 de 1 podcast - Foto: Cottonbro/Pexels

Com certeza você já ouviu um podcast! Ou, no mínimo, sabe o que é. Esse novo formato de mídia out of home (OOH), nada mais é do que um programa veiculado nas principais plataformas digitais de streamings para ser ouvido, com uma grande vantagem: ao mesmo tempo em que a pessoa escuta o que quer, não para de exercer outras atividades. De quebra, a mensagem sonora facilita ações de marketing, que é o que qualquer marca almeja, mantendo a conexão com o consumidor de seu conteúdo, seja um produto ou serviço.

Outro indicativo que evidencia que o formato áudio é uma forte tendência e funciona como um recurso alternativo para o público, é o fato de muitos veículos de comunicação e marcas migrarem os seus conteúdos para os podcasts. Temos visto cada vez mais empresas que optam por investir na sua própria mídia para manter o seu nome em evidência.

Conteúdo proprietário é o nome do jogo. A dúvida muitas vezes fica em torno de se vale a pena o podcast levar o nome da empresa diretamente, ou não. Colocar o nome pode chamar mais atenção para a marca, porém pode passar uma impressão de ter um viés forte, então criar nomes temáticos que sejam relacionados com o produto, serviço ou missão da empresa pode ser um caminho interessante.

Dito isso, algo que ainda pode ser melhor explorado, é o uso dessa ferramenta para oferecer produtos ou serviços mais diretamente. No entanto, ainda há muito a avançar. No Brasil, o consumo destes canais ainda é limitado, se comparado aos Estados Unidos, com 125 milhões de usuários. Observamos ainda um volume crescente e relevante de verba publicitária para os podcasts por lá. Em termos de audiência, também temos muito o que progredir. Me lembro de um case de uma startup americana que focou nos podcasts como estratégia de awareness, tendo seus fundadores participado de 100 podcasts sobre temas relacionados à startup, o que aumentou a busca direta pela marca em 140% nos 6 meses posteriores à divulgação. Essa estratégia agrega valor para os ouvintes e gera conversão.

Isso porque o áudio é um formato extremamente versátil, e absolutamente conectado com a rotina que a maioria de nós, vivendo em 2022, possui: o celular o tempo todo conectado. Os números mostram o quanto o consumo de áudio, seja audiobooks, podcasts, audiodramas, audioseries, têm crescido de maneira exponencial. Segundo uma pesquisa da Globo e Ibope, somente entre setembro de 2020 a fevereiro de 2021, 57% dos entrevistados começaram a consumir programas em áudio digital e 31% intensificaram o consumo no período da pandemia.

No ano passado, o Spotify divulgou que o Brasil é o país com maior consumo de podcasts entre todos os países em que o app está presente. O áudio junta a praticidade de ouvir um conteúdo sem demandar atenção visual, com uma rotina natural de acesso a internet e apps e em um modelo de negócios que a maioria dos brasileiros conhece: as assinaturas e o acesso à aplicativos, uma mídia multitarefa, ampla, democrática, diversa e acessível.

Estamos vivendo uma fadiga de tela, e o áudio vem como um aliado para o consumo de conteúdo sem necessidade de dedicação visual. Vamos então aproveitar para ouvir mais!

Nesta mesma linha, outro recurso, ainda pouco utilizado, mas de grande potência, são os audiobooks. Em outros países, esses “livros” já são uma realidade factível que trazem uma nova proposta de consumo das informações. A capacidade de gerar engajamento dos produtos sonoros é ilimitada, e neste sentido ainda há espaço para criar e inovar sem ser mais do mesmo. Eu mesmo tenho o meu próprio podcast, o “Inkietos”, disponível em plataformas de streaming como Spotify e apple podcasts. Convido todos a conhecer.

Claudio Mifano é CEO da Livance.

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