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As techs querem ser as donas da bola

Mercado que movimenta bilhões, o futebol está se unindo à tecnologia para mudar para sempre a dinâmica do esporte

atualizado

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Cody Glenn/Web Summit via Sportsfile
web summit 2021
1 de 1 web summit 2021 - Foto: Cody Glenn/Web Summit via Sportsfile

No time de futebol da escola, os alunos que gostavam de tecnologia, e que passavam horas na frente do computador, geralmente eram os últimos a serem escolhidos. Mas, em se tratando dos palestrantes do Web Summit, isso possivelmente seria muito diferente. No gol, Iker Casillas. O inglês Sol Campbell ficaria com a zaga. E que tal Gilberto Silva no meio campo? Para o ataque matador, Samuel Eto’o ou Thierry Henry seriam as opções.

Além da habilidade nos gramados e da participação no evento, todos esses ex-craques têm em comum a liderança em iniciativas que misturam esporte e tecnologia. Campeão do mundo com a seleção brasileira em 2002, Gilberto Silva veio a Lisboa divulgar o TruChallenge. Trata-se de uma plataforma em que estrelas do futebol criam desafios com a bola e pessoas do mundo inteiro gravam vídeos tentando superá-los.

Conhecido pelo potente chute com a canhota, o ex-lateral Roberto Carlos desafiou os usuários a imitarem o antológico gol contra a França, em 1997, em que a bola se opõe às leis da gravidade em uma curva impressionante. Até o momento, 67 pessoas buscaram repetir a façanha, com maior ou menor grau de sucesso. O prêmio para a melhor versão é uma camisa canarinho autografada.

Atenção, novos talentos

A capacidade de dar escalabilidade a algo humano é um dos principais objetivos de uma tecnologia. E, para o mundo do futebol, a convergência entre engenharia de dados e TI pode mudar para sempre a dinâmica da busca de novos talentos da bola. Entre os expositores do Web Summit, a italiana Footurelab promete separar craques dos pernas-de-pau somente extraindo informações a partir de um vídeo.

Ou seja, se quiser encontrar o próximo Ronaldo, um grande clube europeu não precisará mais contratar um enviado para assistir a uma peneira no interior do Rio de Janeiro. Basta transferir o vídeo de uma partida para a plataforma, e ela fará o serviço. Jogador a jogador, extrairá o número de passes longos, cruzamentos, interceptações, chutes a gol, quilômetros corridos, entre outros. Ninguém em campo precisará estar conectado a modernos e caros equipamentos de GPS.

“O esporte requer três tipos de dados: os técnicos, os físicos e os psicológicos. Se pudermos fazer uma pesquisa mais aprofundada nessas informações e traduzir para a linguagem que todos entendam, ajudaremos os profissionais e faremos a diferença”, reforça Pier Vincenzo Mureddu, Chief Operating Officer (COO) da plataforma.

Tecnologia para quem não entra em campo

A indústria do futebol movimenta bilhões de dólares todos os anos, e esse dinheiro não se limita às quatro linhas. Por isso, é claro que a atual queridinha digital, a NFT (sigla para Non-fungible Token, ou “Token não-fungível”, em tradução livre) estaria envolvida no esporte. Para quem não conhece, trata-se de um certificado digital, estabelecido via blockchain, atrelado a um item qualquer, como uma imagem, um vídeo ou uma música, que faz desse item algo único no mundo. Isso gera escassez, possibilitando que a lei da oferta e procura traga resultado.

A alemã My Football Space lembrou que todos têm uma memorabilia futebolística: uma camisa assinada, uma chuteira usada por um ídolo ou o ingresso de uma grande final. Por que não digitalizá-la e torná-la um NFT? “Nós possibilitamos que o dono o coloque no mercado on-line e ainda possa fazer uma réplica em 3D”, explica Amal-Sebastian Das, do departamento de marketing da startup.

Soa difícil de entender, e o próprio representante do negócio confirma: “Parece abstrato para nós, mas prometo que nossos filhos ou netos vão ver isso com outros olhos. NFT é o futuro”.

O portal Metrópoles está presente no Web Summit 2021, em Portugal. A curadoria da cobertura tem a assinatura da Brivia, com geração de conteúdo da Critério — Resultado em Opinião Pública.

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