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Punição a Will Smith: especialistas analisam a drástica decisão

Tia Má, Jacob Pinheiro Goldberg, Maristela Rosa e Jorge Miklos opinam sobre a severa punição da Academia do Oscar ao ator americano

atualizado

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(Reprodução: TNT)
Will Smith deu um tapa em Chris Rock durante cerimônia do Oscar 2022 (Reprodução: TNT)
1 de 1 Will Smith deu um tapa em Chris Rock durante cerimônia do Oscar 2022 (Reprodução: TNT) - Foto: (Reprodução: TNT)

Will Smith está oficialmente banido da cerimônia do Oscar pelos próximos 10 anos. A drástica decisão da Academia é o desdobramento definitivo sobre o caso de agressão que Smith cometeu contra Chris Rock durante a 94ª edição da premiação mais importante do cinema mundial.

Em carta divulgada pela People, David Rubin, presidente da Academia, diz que o ator de 53 anos “não poderá participar de nenhum evento ou programa da Academia, pessoalmente ou virtualmente”. A coluna ouviu a opinião de alguns especilistas no assunto.

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Para Maíra Azevedo, a popular Tia Má, jornalista e influenciadora com 1,2 milhões de seguidores, a Academia do Oscar é um espectro da elite norte-americana, o que torna ainda mais questionável a severa punição anunciada na tarde desta sexta-feira (8/4). “Quem comanda? Quais são dirigentes? Quem está no júri? Acho fundamental a gente ter essas respostas, para poder entender muita coisa”, disse ela à coluna.

A volta por cima?

Uma “reinvenção” de Will nos próximos tempos é a aposta de Tia Má. “Ele é um artista de talento inegável. Ele tem a sua própria produtora, inclusive está produzindo o remake de Um Maluco no Pedaço, série que o tornou um grande astro internacional. Já o Oscar é um selo, mas não assegura bilheteria, lucro, e em uma sociedade capitalista é a única coisa que levam em consideração. O erro de Will é consequência de um erro anterior, que foi uma piada depreciativa a imagem de sua esposa”.

Em choque com a notícia, Maristela Rosa, jornalista formada pela pela UFJF, feminista negra e também apresentadora do canal Papo de Preta, aponta para a omissão da Academia quando escândalos de assédio sexual, violência doméstica e até pedofilia envolvendo membros vieram à tona.

“Nunca vieram a público para anunciar banimento. Na verdade, sempre que um homem branco, seja ator, diretor, produtor e etc é acusado e até admite ter feito coisas muito mais sérias, o que temos é o silêncio de instituições, como a academia do Oscar, e na mídia a discussão gira em torno de separar ‘a obra do autor’, ou seja, não punir o profissional por algo que ele tenha feito no pessoal”, analisa.

Brasileiros em massa apoiam Will

Na contramão dos americanos e europeus, Will recebeu apoio massivo por parte dos brasileiros.  Questionada sobre a discrepância no trato do tema agressão de um país para outro, Maristela Rosa não acredita numa suposta “normalização” da sociedade brasileira em relação ao assunto – discussão em alta nas redes sociais.

“Eu não concordo com essa visão, mas ela é bastante usada para proteger carreiras de homens brancos. Não tem a ver com aceitarmos violência, mas sim perceber que o Will errou na atitude sim, porém estamos falando de dois erros e duas violências, já que a piada do Chris Rock com a Jada teve o único intuito de humilhar a atriz, por estar careca. A trajetória de Will não pode ser reduzida a esse episódio lamentável. Ele é muito mais do que esse tapa, e a indústria deveria saber disso”.

“Foi um dos tapas mais bem dados que eu já assisti” – Jacob Goldberg

Entre os intelectuais mais importantes e respeitados do país está Jacob Pinheiro Goldberg, doutor em Comunicação e Psicanálise, Advogado e Escritor. Para ele, a Academia age de maneira “infeliz” com Will Smith. “É o preconceito racista que prevalece, pelo menos em termos inconcientes na cultura norte-americana”.

Goldberg analisa o comportamento do tapa desferido como “reação instintiva”. “Ela correpondeu, na minha opinião, à agressividade de um humor que veio carregado de elementos sádicos e de certa maneira também machistas, sem dúvida nenhuma. É preciso levar em conta, e de uma vez por todas, relativizar o comportamento infeliz da Academia”.

O politicamente correto é hipocrisia, na opinião de Goldberg

“Essa tendência do politicamento correto de acreditar que o sujeito agredido da forma que ele foi – uma agressão pública e vexatoria, humilhante -, acreditar que o sujeito deva reagir de uma forma politicamente correta, sorrindo ou sei lá quê, de maneira tolerante, isso é de uma hipocrisia absoluta e que deve ser denuciada. Há de se respeitar o direito à emoção. Isso faz parte do conteúdo de dignidade da condição humana. Foi um dos tapas mais bem dados que eu já assisti nos últimos anos. Eu acho que esse tapa foi dado não só no infeliz que proferiu a agressão, mas um tapa também no cinismo da soiciedade que acredita que pode usar a ferramenta do humor para machucar pessoas vulneráveis, no fundo é sempre contra o frágil”.

Jorge Miklos, pós-graduação em Comunicação, Cultura Midiática e graduado em História e Ciências Sociais e Psicologia, diz que “é assim que a masculinidade se espetaculariza. Com um estrondoso tapa”.

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