metropoles.com

Globo recolhe tapete vermelho dos influenciadores digitais

Emissora deixa de priorizar perfis em redes sociais para restabelecer relações com a imprensa especializada

atualizado

Compartilhar notícia

Globo (Divulgação)
1 de 1 Globo (Divulgação) - Foto: null

Com o fim da pandemia e a volta do mundo ao seu normal, os influenciadores digitais perderam o poder. A queda acentuada dos anúncios de publicidade escancaram uma nova realidade na internet, principalmente para este grupo. Com isso, o maior conglomerado de mídia da América Latina, o Grupo Globo, também já desviou seu caminho do que um dia chegou a chamar de “nova era” ou “futuro”. Por meios tradicionais, o objetivo é bem claro e direto no que diz respeito à divulgação de seus produtos: priorizar a imprensa especializada.

A Globo está deixando de abrir caminhos para perfis que não sejam veículos oficiais, formados por profissionais. Os populares “perfis de fofoca”, gostem ou não, já ficaram no passado. Os convites para eventos, coletivas de imprensa e outras demandas voltaram a aparecer nos e-mails dos jornalistas, após um período de claro afastamento, onde muitas vezes fomos tratados quase como “inimigos” da emissora.

0

Ao longo de vários meses, a imprensa viu a Globo estender tapete vermelho aos donos de perfis com milhares de seguidores. Sem qualquer lógica, os criadores de conteúdos tomaram lugar do jornalismo. O impacto foi grande e movimentou o meio. De certa forma, pareceu aterrorizante. Pedidos já não eram mais atendidos; e-mails, quando não eram ignorados, demoravam a ser respondidos. A comunicação era bem pouca e rasa. Mas além da queda na demanda com influenciadores, o que mais contribuiu para essa reaproximação da Globo com a imprensa?

Fase ruim na audiência e mudança de comportamento

Em uma de suas piores fases na audiência, a Globo não viu retorno esperado ao pagar para que perfis no Instagram falassem coisas positivas sobre seus programas, além de fazer cartaz para a novela Um Lugar ao Sol, que patinava no ibope. A certa altura, a ideia era tentar salvar algumas atrações do fracasso e evitar muitas críticas. Mas não teve efeito. A Globo precisava falar diretamente com seu público e não com quem não queria ouvi-la.

No meio disso, algo grande estava para acontecer. Seu nome era Pantanal. A Globo precisava emplacar este que veio a se tornar o maior produto de dramaturgia na história recente da TV no Brasil. Absolutamente nada poderia dar errado com a novela.

Restabelecendo relações 

Sabendo que o engajamento na internet seria de forma orgânica, a obra foi totalmente pensada para o grande público, para a audiência dos lares, pessoas “comuns” que não estão o tempo todo conectadas a um celular. Pantanal foi ponto-chave no resgate da relação direta da Globo com o público. É um público que influenciadores digitais não alcançam.

Num geral, os veículos de imprensa fizeram uma das maiores coberturas de uma novela como nunca antes visto desde Avenida Brasil e A Dona do Pedaço. Isso raramente acontece. Foi essa visão sobre o poder da indústria da comunicação com o público que fez a emissora mudar seu comportamento com jornalistas especializados e restabelecer relações.

Pantanal pautou o país em vários campos: entretenimento, economia, política e na música. E para divulgar Travessia, sua substituta, jornalistas receberam tratamento vip, que não se via há muito tempo. E nisso, perfis de fofoca no Instagram não foram incluídos. Amém.

Fique por dentro!

Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento, siga @leodias no Instagram.

Agora também estamos no Telegram! Clique aqui e receba todas as notícias e conteúdos exclusivos em primeira mão.

Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? Clique aqui.

Compartilhar notícia