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Defasado, Prêmio Multishow finge que muda mas comete mesmos erros

Celebração da música brasileira apresenta listagens incoerentes e bem distantes da realidade de consumo

atualizado

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Zé Felipe, Ludmilla e Jão (Reprodução)
Zé Felipe, Ludmilla e Jão (Reprodução)
1 de 1 Zé Felipe, Ludmilla e Jão (Reprodução) - Foto: Zé Felipe, Ludmilla e Jão (Reprodução)

Vem aí a 29ª edição do Prêmio Multishow e com ela uma extensa lista de incoerências e outras problemáticas dignas de um produto realizado por amadores. Aquela que deveria ser a maior celebração da música brasileira, pouco ou quase nada representa para o mercado, e isso não é de agora. O principal erro, sobretudo, é simplesmente não dividir algumas categorias por segmentos. Artistas do hip hop hoje competem com sertanejos, com MPB e outros, uma incongruência absurda e injusta com todos os listados.

O Prêmio Multishow precisa de uma lógica que justifique sua existência como premiação mesmo havendo o entendimento de que voto popular não é um consenso. A diversidade é fundamental, mas essa diversidade só vai ser plena por divisão de ritmos musicais, gostem ou não.

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Apenas como um dos exemplos — a dupla de rappers Tasha & Tracie, hoje com 650 mil ouvintes mensais no Spotify, estão indicadas na categoria Dupla do Ano e competem com Henrique & Juliano, hoje a número 1 do Brasil, com mais de 9 milhões de ouvintes mensais na plataforma.

Tasha & Tracie foram até capa Elle e a coluna LeoDias reconhece o talento e o brilhantismo das cantoras, mas fato é: elas ainda não estão no ponto para ocupar essa indicação. Os números dizem isso.

Não é desmerecimento e tampouco estamos questionando o valor da dupla, mas trata-se de uma lógica que não está sendo enxergada pela produção do Prêmio Multishow. O evento precisa deixar de ser realizado para Ipanema e Leblon e focar nas ruas, na população, na massa, na realidade dos streamings e demais mídias.

Outro ponto: a música nordestina continua sendo ignorada. Os vários ritmos estourados nacionalmente não foram lembrados novamente. João Gomes está cumprindo a “cota” que teve início no ano passado com Barões da Pisadinha.

Voltamos a falar de Henrique & Juliano, que tiveram o álbum mais executado do país e não entraram na categoria. Alguém explica? Hugo & Guilherme estão com 5 músicas no top 50 e é o 2° álbum mais executado no Brasil, mas não entraram nem como revelação. Uma premiação não pode, em qualquer hipótese, ignorar os números.

Anavitória são ótimas, mas o que produziram neste ano? Zé Felipe e Luan Santana não foram nomeados, mas fizeram um ano bom. Cadê Priscilla Alcântara que a Globo tanto gosta e merecia sim reconhecimento? Matuê, Xamã, Simone & Simaria, Wesley Safadão e Mari Fernandez, acredite, também ficaram de fora.

A questão da diversidade, como já citado no texto anterior, foi bastante sintetizada na edição passada, o que não fez o menor sentido, pois duas das maiores potências do gênero LGBTQIA+, Pabllo Vittar ou Glória Groove ficaram de fora. Neste ano, além delas, Liniker, Urias e Jão estão entre os indicados.

A triste realidade é que o Prêmio Multishow voltou a fazer sua listagem por cota desde que Ludmilla precisou botar a boca no trombone.

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