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Baixo estoque de sedativos ameaça fechar leitos de Covid-19 no Hran

Situação foi encontrada após fiscalização da Comissão de Direitos Humanos da CLDF. Secretaria de Saúde nega desabastecimento

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Ambulância socorre vítima covid-19
1 de 1 Ambulância socorre vítima covid-19 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Um possível desabastecimento de sedativos na rede pública de saúde do Distrito Federal acendeu o sinal de alerta entre autoridades locais pelo risco de bloqueio de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para pacientes com Covid-19.

Fiscalização da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara Legislativa (CLDF) encontrou baixo estoque dos medicamentos usados para intubação de infectados e em estado considerado grave pelo Sars-Cov-2. A ação ocorreu na manhã dessa segunda-feira (5/10) e teve a participação de representantes do Conselho de Enfermagem (Coren-DF).

“A nossa preocupação é que tivemos muitas denúncias de falta de sedativos necessários para a intubação. A gente sabe que, com a Covid-19, há grande quantidade de pacientes que precisam ir para a UTI e com necessidade de algum tipo de sedativo nesse processo de tratamento”, afirmou o presidente da comissão, deputado Fábio Felix (PSol).

“Recebemos denúncia de que vários leitos foram bloqueados pela falta de medicamento e a gente foi na farmácia hoje [segunda-feira] e, de fato, há um estoque praticamente zerado de noradrenalina e outros medicamentos necessários”, completou o distrital.

Estoques zerados

A vistoria constatou que os remédios Dormonid/Midasolam estão zerados na unidade, assim como a adrenalina, a Dobutomina e o Propofol. A falta de Noraepinefrina,  Epamidato e Atracúrio ameaçam a possibilidade de que o paciente seja auxiliado por meio da ventilação mecânica.

“Na semana passada, recebemos informações que dois leitos de UTIs estavam sendo fechados no Hospital [Regional] de Ceilândia por falta de medicação e hoje fomos verificar em loco. De fato,  medicamentos importantes para pacientes em UTI estão em falta ou com o estoque superbaixo. Nós vamos encaminhar para a secretaria [de Saúde] questionamentos sobre a compra dessas medicações”, continuou o parlamentar.

Em junho, a coluna revelou que pelo menos quatro medicamentos estavam zerados nos estoques da farmácia de abastecimento do DF. São eles: Cisatracúrio, Rocurônio, Atracúrio e Pancurônio, alguns dos mais indicados para quadros de ventilação mecânica no Brasil.

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O que diz a Secretaria de Saúde?

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal nega o desabastecimento e informa que os estoques do Hran, por exemplo, foram abastecidos de noradrenalina, Propofol 1% e Midazolam 3 ml por remessas encaminhadas pelo Ministério da Saúde.

“Além disso, a falta de estoque pode ocorrer na farmácia central para dispensação, mas hospitais possuem os itens em seus estoques locais”, diz a pasta.

Na nota enviada ao Metrópoles, a Secretaria de Saúde informa que “tem processos de aquisição, tanto regular quanto emergencial, em andamento para todos os itens sem estoque, além de processos tramitando junto ao Ministério da Saúde e o Consórcio Brasil Central (BRC) na tentativa de adquirir os itens com a urgência que o caso requer”.

A pasta também está promovendo ações de remanejamento junto às unidades quando necessário.

Veja o estoque dos remédios, conforme informações da pasta na noite dessa segunda-feira (5/10):

  • Midazolam 3ml – 6.763 unidades;
  • Midazolam 10ml – 2.178 unidades;
  • Fentanila 10ml – 38.839 unidades;
  • Propofol 1% 20ml – 1.395 unidades;
  • Pancurônio – 1.103 unidades;
  • Cisatracúrio – 475 unidades;
  • Norepinefrina – 10.215 unidades;
  • Epinefrina – 65.003 unidades;
  • Etomidato – 1.331 unidades;
  • Suxametônio – 3.390 unidades;
  • Dopamina – 1.350 unidades;
  • Dobutamina – 4.843 unidades;
  • Propofol 2% 50ml – sem estoque;
  • Propofol 1% 50ml – sem estoque;
  • Atracúrio – sem estoque.

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