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Pastor do caso MEC pedir propina “é grave”, admite Damares Alves

Em entrevista à coluna, a ministra, no entanto, saiu em defesa do agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro

atualizado

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Rafaela Feliciano/Metrópoles
Ministra Damares Alves em entrevista ao Metrópoles
1 de 1 Ministra Damares Alves em entrevista ao Metrópoles - Foto: Rafaela Feliciano/Metrópoles

Em entrevista à coluna, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, admitiu ser “grave” o fato de pastores sem cargos oficiais no governo federal terem supostamente pedido propina a prefeitos em troca da liberação de recursos do Ministério da Educação (MEC).

Damares, no entanto, saiu em defesa do agora ex-ministro Milton Ribeiro, que pediu demissão do MEC nessa segunda-feira (28/3), após a revelação de que havia um “gabinete paralelo” no ministério tocado por dois pastores que negociavam vantagens indevidas em troca da liberação de verbas.

Além da revelação do esquema em si, pesou sobre Ribeiro um áudio publicado pelo jornal Folha de S. Paulo no qual o ex-ministro afirma que a prioridade dada aos tais pastores para liberação de recursos a prefeituras teria sido “um pedido especial” do presidente Jair Bolsonaro.

“Se for só o áudio, acabou. Ele (Milton) está dizendo: estamos prestigiando vocês, a ordem é cuidar de vocês. Aquele áudio não prova nada. Minha preocupação é esse homem, que diz que saiu andando, cobrando propina. O áudio do Milton, não. Você vai encontrar áudio em que eu estou dizendo para criança: ‘o presidente mandou fazer tudo para vocês’, ‘as crianças que mandam aqui’. É uma forma de a gente se dirigir ao nosso público, ao nosso segmento. ‘Vocês mandam, estamos aqui para servir vocês’. Agora, este homem sair pedindo propina, aí sim, aí é grave. Mas contra o homem que usou, abusou da confiança do ministro Milton”, afirmou Damares.

O “homem” a que a ministra se refere é o pastor Arilton Moura. Em uma série de entrevistas nos últimos dias, prefeitos de diversas cidades brasileiras acusaram o líder evangélico de cobrar dinheiro e até barra de ouro para liberar a prefeituras verbas do FNDE, fundo ligado ao MEC.

Na entrevista, Damares ainda minimizou a pressão de lideranças evangélicas pela saída do ministro. “Talvez eles tenham pedido para trazer clareza ao processo, não porque duvidem de Milton. Sai, Milton, para você não ficar como pastor, para mostrar que nós não somos isso, que esses dois caras são falsos pastores”, contemporizou.

A ministra também minimizou a revelação de que exemplares de bíblias doados num evento do MEC no interior do Pará tinham fotos de Milton Ribeiro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Damares disse que não gostaria de uma foto dela numa bíblica, mas avaliou que a prática “não é incomum”.

Assista à entrevista:

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