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Moro sela acordo com cúpula do Podemos para decidir futuro partidário

Ex-juiz Sergio Moro definiu com a direção do Podemos um critério para decidir se migrará ou não para outro partido

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Sergio Moro chega ao Senado pela entrada do anexo I, nesta terça-feira(23/11). O ex juiz entrou na liderança do Podemos antes da coletiva, onde vai defender Auxílio Brasil
1 de 1 Sergio Moro chega ao Senado pela entrada do anexo I, nesta terça-feira(23/11). O ex juiz entrou na liderança do Podemos antes da coletiva, onde vai defender Auxílio Brasil - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-juiz Sergio Moro fechou uma espécie de acordo com a cúpula do Podemos para definir se permanecerá no partido ou se disputará a Presidência da República este ano pelo União Brasil. O acerto tem como principal critério o valor do fundo eleitoral.

Em uma conversa recente, Moro pediu a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, que garantisse à campanha dele um montante equivalente a cerca de 50% do valor total do fundo eleitoral que a sigla receberá em 2022, calculado em mais de R$ 200 milhões.

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Renata, no entanto, respondeu a Moro que só poderia oferecer metade do que ele havia pedido. Argumentou que precisará usar o fundo eleitoral para bancar outras campanhas de candidatos do partido a governador, senador, deputado estadual e, sobretudo, deputado federal.

Ao ex-juiz, a presidente do Podemos explicou que o valor que pode oferecer a ele havia sido acordado com a bancada do partido do Senado e outras personalidades da legenda. Em uma série de reuniões, todas essas lideranças teriam concordado que seria inviável atender ao pedido de Moro.

Diante desse cenário, Renata Abreu e o ex-juiz da Lava Jato selaram um entendimento: se ele achar que o montante do fundo oferecido pelo Podemos é insuficiente, estará “liberado” para migrar para outro partido, sem ressentimentos. Entre eles, o União Brasil, que terá fundão de cerca de R$ 1 bilhão este ano.

A avaliação no Podemos é de que o partido não tem condições de competir numa disputa financeira com outras legendas com fundo eleitoral maior. Principalmente quando precisará eleger uma bancada robusta na Câmara dos Deputados para garantir a sobrevivência da sigla a partir de 2023.

O número de deputados federais eleitos por cada partido determina o valor dos fundos eleitoral e partidário e o tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio. Ou seja, quanto maior a bancada eleita, maiores serão as verbas e o tempo de exposição que uma sigla terá para promover o partido e seus futuros candidatos.

Foi com base nessa avaliação que Renata Abreu passou a admitir a integrantes do União Brasil que topa ceder o ex-juiz para a legenda. Como revelou a coluna, a sinalização foi dada pela dirigente após reunião com o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, na sexta-feira (21/1), em São Paulo.

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