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Lira não vai interferir em guerra do União Brasil pelo comando da CCJ

Presidente na Câmara não pretende intervir em briga interna entre alas bolsonarista e anti-Bolsonaro do União Brasil pelo comando da CCJ

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Arthur Lira presidente camara após reunião com ministro
1 de 1 Arthur Lira presidente camara após reunião com ministro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deixará que as alas bolsonarista e anti-bolsonarista do União Brasil se resolvam internamente sobre a disputa pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Líderes partidários ouvidos pela coluna dizem que Lira não tem intenção de interferir no debate dentro da sigla sobre quem assumirá o controle da colegiado mais importante da Casa Legislativa.

Isso indica que Lira irá respeitar o acordo para divisão das comissões. A escolha do presidente da CCJ, que era do PSL, passará para o União Brasil, partido que nasceu da fusão do PSL com o DEM.

O presidente da Câmara, entretanto, não pretende atuar para que o nome do partido seja o do deputado Vítor Hugo (GO), como a ala bolsonarista do União Brasil diz ter sido acordado.

O acordo

Segundo bolsonaristas, o acordo foi firmado em 2021, por ocasião de eleição de Lira. O acerto seria que o PSL indicaria o presidente da CCJ pelos dois anos do mandato de Lira no controle da casa.

No primeiro ano (2021), o nome foi o da deputada Bia Kicis (PSL-DF). No segundo ano (2022), a ala bolsonarista do União Brasil defende que o nome acertado internamente é o de Hugo.

Integrantes do União Brasil ligados ao DEM, porém, discordam desse entendimento. Alegam que não faz sentido indicar o nome de Hugo, pois ele deve deixar a sigla em abril para se filiar ao PL de Jair Bolsonaro.

Na visão dessa ala, caso deixe o União Brasil, Hugo terá de entregar os cargos em comissão que possui, incluindo uma eventual presidência da CCJ. Assim, ficaria pouco mais de 2 meses controlando a CCJ.

A cúpula do União Brasil pretende exigir o controle de todas as quatro comissões temáticas na Câmara que o PSL tem direito. E não planeja indicar nenhum deputado bolsonarista para as presidências dos colegiados.

Bolsonaristas discordam. Alegam que, com a criação do União Brasil, o PSL deixou de existir formalmente, o que os permite trocar de legenda e manter acordos e cargos distribuídos por acordo partidário.

Como mostrou a coluna, é o mesmo entendimento que fará o grupo pedir o comando da Comissão Mista de Orçamento (CMO) para Hélio Lopes (RJ), o deputado “irmão” de Bolsonaro, que também deve deixar o União Brasil.

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