Discurso de Bolsonaro na ONU não agradou nem Itamaraty nem ideológicos
Enquanto integrantes da ala ideológica classificaram a fala como “fria e sem paixão”, os moderados criticaram a defesa do tratamento precoce
atualizado
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O discurso do presidente Jair Bolsonaro na 76ª Assembleia Geral da ONU, nessa terça-feira (21/9), acabou não agradando nem à ala ideológica, nem ao grupo mais moderado do governo, do qual o Itamaraty faz parte.
O diagnóstico foi feito à coluna por ministros e outros auxiliares do chefe do Palácio do Planalto que transitam nos dois lados e que monitoraram as reações da base aliada à fala do presidente no evento.
Segundo esses auxiliares, embora Bolsonaro tenha tentado equilibrar acenos ao mercado e à base ideológica, os apoiadores mais radicais não “mostraram muita empolgação” com o discurso presidencial.
Houve críticas até ao tom da fala de Bolsonaro, considerado “muito moderado”. A avaliação foi inflamada pelo ex-chanceler Ernesto Araújo, que classificou o discurso do ex-chefe como “frio e sem paixão”.
Por outro lado, a fala do presidente também desagradou integrantes do Itamaraty e ministros mais moderados. A principal crítica foi ao trecho em que Bolsonaro defendeu o tratamento precoce contra a Covid-19.
Como a coluna noticiou, o chanceler Carlos França entregou uma proposta de discurso moderado a Bolsonaro. A minuta, porém, foi alterada pelo presidente com a ajuda do seu filho 03, o deputado Eduardo Bolsonaro.