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Presidente de associação de soja depõe à PF e dá as costas a Sérgio Reis e Zé Trovão

Investigado pelo STF, Antonio Galvan é suspeito de financiar atos golpistas no 7 de Setembro

atualizado

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Antonio Galvan/Aprosoja
Antonio Galvan, presidente da Aprosoja
1 de 1 Antonio Galvan, presidente da Aprosoja - Foto: Antonio Galvan/Aprosoja

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Antonio Galvan, tentou se distanciar das ameaças radicais do ex-deputado Sérgio Reis e do caminhoneiro Zé Trovão contra o STF, em depoimento à Polícia Federal. Galvan é investigado pelo Supremo por supostos ataques à democracia e é suspeito de ter financiado atos golpistas no 7 de Setembro.

A PF ouviu o empresário em 25 de agosto, por videoconferência. Cinco dias antes, Galvan havia sido um dos 29 alvos de mandados de busca e apreensão em uma operação que apurou ataques à democracia. Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes após pedido da PGR, a operação mirou no ex-deputado e cantor Sérgio Reis, o caminhoneiro Zé Trovão e o deputado Otoni de Paula, do PSC do Rio de Janeiro.

Foi na Aprosoja, liderada por Galvan, que Sérgio Reis gravou o áudio em que ameaçava violentamente o Senado e o STF, no início de agosto.

Galvan afirmou no depoimento que a visita de Sérgio Reis foi uma sugestão de Zé Trovão, atualmente foragido no México. E que não teria recebido Sérgio Reis na entidade se soubesse o que o cantor falaria. Ainda segundo Galvan, ele não poderia recusar a visita por Reis ser uma “personalidade” no meio artístico e rural. O empresário também tentou se afastar de Zé Trovão: disse ter dado conselhos ao caminhoneiro para que moderasse suas falas.

Em outro trecho da videoconferência aos investigadores, Antonio Galvan relatou que doou 50 toneladas de soja ao programa Pátria Voluntária, comandado por Michelle Bolsonaro. A doação aconteceu no Palácio da Alvorada em 16 de maio, um dia após um protesto de ruralistas em Brasília pró-Bolsonaro e contra o lockdown e o STF. Nessa manifestação, uma prévia do 7 de Setembro, Bolsonaro ameaçou as eleições de 2022, andou de helicóptero e a cavalo.

No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes pediu uma apuração para saber se os R$ 505 mil apreendidos com o prefeito bolsonarista Gilmar Alba, de Cerro Grande do Sul (RS), tiveram origem na Aprosoja de Galvan.

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