Luciano Hang, dono das Lojas Havan, disse aos colegas bolsonaristas que participam do grupo “Empresários & Política” que poderá ir embora do Brasil caso Lula vença a eleição. Foi nesse grupo de WhatsApp que outros empresários defenderam um golpe de Estado para impedir a eventual posse do petista como presidente.
No dia 24 de abril, os empresários discutiam o surgimento de uma terceira via quando Hang enviou a mensagem, às 15h56. “Estamos nos 45 minutos do segundo tempo. Existem duas saídas: Bolsonaro ou o Aeroporto Internacional de São Paulo”, escreveu.
O dono da Havan voltou a se pronunciar da mesma forma em 8 de maio, às 16h39. Ele cumprimentava o empresário Afrânio Barreira, dono da rede de restaurantes Coco Bambu, quando sugeriu que poderia trocar de país caso o seu candidato fosse derrotado. Barreira é eleitor declarado de Jair Bolsonaro.
“Parabéns, Afrânio, por você estar do lado certo e ter a coragem de mostrar que empresário não deve ficar atrás da moita. Este ano será guerra derradeira, onde [sic] todos teremos que lutar pelo futuro [do] nosso país. Tirar a bunda da cadeira, pedir votos e mostrar que temos duas saídas: Bolsonaro ou [o] aeroporto internacional mais próximo”, publicou Hang.

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O empresário Luciano Hang, 48, nascido no Vale do Itajaí, é dono da rede de lojas Havan. Orlando Brito

Em 2018, durante as eleições, o empresário publicou vídeo no Facebook para anunciar o apoio ao, na época, candidato à presidência Jair Bolsonaro. Contudo, para pedir votos, ele pagou para impulsionar o vídeo, o que é considerado ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)Igo Estrela/Metrópoles

Ele acabou sendo condenado pelo TSE a pagar R$ 2 mil pela propaganda irregularReprodução/Facebook

Na época, o catarinense chegou a gravar outro vídeo ameaçando os funcionários da rede. Segundo ele, se Bolsonaro perdesse, 15 mil colabores das lojas Havan seriam demitidosRepdrodução/Instagram

Vestido de terno verde com gravata amarela, Luciano se apresentou em live, ao lado do já presidente Bolsonaro, como “véio da Havan”, em 2019Reprodução/Facebook

O empresário bolsonarista se intitulava como patriota, dizia que o governo estava 100% no caminho certo e que assinava embaixo de todas as decisões do presidenteReprodução/Instagram

Com a saída de Sérgio Moro do governo, Luciano afirmou estar decepcionado e disse que não tinha político e nem partido de estimaçãoRafaela Felicciano/Metrópoles

Em 2020, a ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa afirmou que Jair Bolsonaro efetuou uma série de interferências no órgão – incluindo a demissão dela – para atender interesses de HangReprodução/Twitter

Após declaração do presidente, Luciano negou que teria pedido para o Bolsonaro interferir no Iphan por conta dele. Poucos meses depois, o dono da Havan também afirmou que não era bolsonarista, "como dizem"Rafaela Felicciano/Metrópoles

Hang era suspeito de financiar uma milícia digital que estaria a serviço de Bolsonaro desde a campanha de 2018. O empresário também teve a conta no Twitter bloqueada em 2020, após inquérito que investigava a disseminação de fake news e ameaças contra ministros da corteReprodução/Instagram

No final de 2020, a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pediu quebra de sigilo bancário e fiscal de Luciano Hang por disparo em massa de mensagens no WhatsApp para favorecer a campanha do então candidato Jair Bolsonaro em 2018Reprodução/Facebook

Em setembro de 2021, Luciano Hang prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPI) sob a suspeita de integrar o chamado gabinete paralelo formado por médicos e empresários que teriam aconselhado Bolsonaro na condução da pandemia da Covid-19Rafaela Felicciano/Metrópoles

O dono da Havan, Luciano Hang, afirmou que cogita se candidatar nas eleições de 2022 para concorrer ao Senado Federal. O empresário também disse que o rótulo de aliado do Bolsonaro é usado de forma pejorativa e que não apoia tudo o que o presidente fazReprodução/Facebook