O extremista Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira, participou de uma manifestação em frente ao hotel onde Alexandre de Moraes está hospedado em Nova York e xingou o ministro do STF de “tirano de merda”.
Allan disse, sem apresentar indícios ou provas, que Moraes tem relações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e incitou policiais a convocarem um motim contra o ministro da Suprema Corte.
Bolsonaristas estão perseguindo os ministros do STF que viajaram para participar de um evento organizado pelo grupo empresarial Lide.
Além de Moraes, os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Luís Roberto Barroso foram xingados nas ruas da cidade. O ex-presidente Michel Temer também foi ofendido por bolsonaristas.

Allan dos Santos, nascido em 1983, é blogueiro, influencer, youtuber e ativista da extrema-direita. Natural de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, é, atualmente, foragido da Justiça brasileira e mora nos Estados Unidos com a famíliaHugo Barreto/Metrópoles

Allan é o criador do site Terça Livre e tornou-se conhecido por disseminar fake news. Antes de ter as redes sociais retiradas do ar, recebia dinheiro de financiamento coletivo bolsonarista e era seguidor fervoroso de Olavo de CarvalhoHugo Barreto/Metrópoles

Considerado peça chave na investigação do Gabinete do Ódio, Santos foi um dos fundadores da militância bolsonarista e do registro nacional de apoiadores ao atual presidente da RepúblicaHugo Barreto/Metrópoles

O youtuber se tornou alvo da Polícia Federal após a abertura do inquérito das fake news em 2019, cujo relator é o ministro Alexandre de Moraes. O pedido, apresentado pela Procuradoria Geral da República, foi solicitado após uma manifestação bolsonarista que exigia o fechamento do STF, do Congresso e a restituição do AI-5 no paísReprodução/Redes sociais

Investigado por disseminação de notícias falsas na internet e atos contra a democracia, Allan teve prisão preventiva decretada em outubro de 2021, mas fugiu para os Estados Unidos, com visto de turista vencidoHugo Barreto/Metrópoles

Mensagens interceptadas pela Polícia Federal sugerem que Eduardo Bolsonaro, filho número 03 de Jair, teria ajudado o blogueiro a sair do BrasilReprodução

Desde que chegou aos EUA, já com contas bancárias bloqueadas e perfis em redes sociais suspensos pela Justiça brasileira, Allan dos Santos tem se dedicado a atacar as autoridades que determinaram medidas cautelares e um mandado de prisão contra eleReprodução

O alcance dos ataques do bolsonarista só foi reduzido quando o Telegram, rede sem sede no Brasil, cumpriu outra decisão de Moraes e bloqueou o canal do extremista. A rede russa informou que o canal, que tinha 128 mil seguidores, “violou as leis locais”Hugo Barreto/Metrópoles

Com contas alternativas no Instagram, que ele divulgava no canal do Telegram, Santos burlava o bloqueio e insultava sobretudo o ministro Alexandre de Moraes.Além das ofensas, divulgou viagens, fotos posadas ao lado do presidente Bolsonaro e com fuzis Reprodução/Instagram

Em seus canais alternativos, o militante criou mecanismos para receber doações em moeda estrangeira e até em Bitcoin, e chegou a dizer aos seguidores, em janeiro de 2022, que já não tinha dinheiro para pagar nem a própria defesaHugo Barreto/Metrópoles

Após o pedido de prisão contra Allan, Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal acionasse a embaixada do Brasil nos EUA e incluísse o jornalista na lista da Difusão Vermelha da Interpol. A intenção é garantir que ele seja capturado e extraditado ao BrasilAline Massuca/Metrópoles

Segundo o ministro, Santos é suspeito de cometer crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacionalTSE

Agora, a barreira que o STF encontra para levar a cabo a decisão de Morares é a própria lei dos EUA. Uma interpretação de que Allan dos Santos teria apenas, à luz da lei americana, dado sua opinião, e não feito uma ameaça, como suspeita Alexandre de Moraes, dificulta a movimentação do governo americano para prendê-loHugo Barreto/Metrópoles

Enquanto isso, o ativista bolsonarista continua atuando por lá, usando a internet para propagar conteúdo falso e violento e até participando de eventos com autoridades brasileirasRoque de Sá/Agência Senado